Ambev quer expandir vendas de cervejas ‘premium’

A Ambev quer replicar as estratégias de suas marcas tradicionais de cerveja, como Brahma, Antarctica e Skol, às de preços maiores, as chamadas "premium". Um dos motores desse crescimento será a marca norte-americana recém-adquirida Budweiser. "Queremos dobrar a participação das marcas ”premium” no mix total das vendas. Esses produtos, inclusive, são pouco desenvolvidos e deixamos de lado nos últimos anos", disse hoje o presidente da Ambev, João Castro Neves, durante demonstração ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, do sistema que inibe a venda de bebidas alcoólicas a menores de 18 anos em uma rede de supermercados na capital paulista.

Segundo ele, a representatividade das cervejas "premium" no portfólio de marcas da Ambev, em termos de volume, gira em torno de 4% a 5%. Neves ressalta que, em cinco anos, a empresa estima alcançar uma fatia entre 8% e 9% do total comercializado pela companhia. Além da Budweiser, a Ambev atua nesse mercado também com as marcas Bohemia, Original e Stella Artois. "Temos um poderoso bloco de marcas, e com ”Bud” temos o prestígio de uma marca internacional."

Neves ressaltou que os resultados da performance de venda da Budweiser sobre o desempenho consolidado da companhia devem ser alcançados no médio prazo. Segundo ele, ainda é cedo para fazer avaliações sobre a comercialização da marca, porque as vendas começaram em agosto. "Nosso objetivo não é de curto prazo, mas sim apostamos num crescimento pelos próximos 3 ou 4 anos", disse.

O executivo destacou que as apostas neste segmento estão embasadas pelo crescimento do poder aquisitivo do consumidor brasileiro. "Os ganhos (de renda) vêm de todas as classes sociais. Dessa forma, se tem aumento no consumo de bens (produtos) como um todo, o que acontece também com as cervejas ”premium”", explicou. "Estou muito animado com 2012, principalmente pela proposta de reajuste de 14% do salário mínimo enviada pelo governo."

Para dar conta do aumento da demanda, a Ambev pretende investir até R$ 2,5 bilhões este ano, frente aos R$ 2 bilhões aplicados em 2010. Segundo ele, até outubro, a companhia inaugurará uma nova fábrica, em Pernambuco. "Nos últimos dois anos, aumentamos entre 10% e 15% nossa capacidade produtiva."

(Rodrigo Petry l Agência Estado)

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