Anbima prepara maior controle sobre fundos imobiliários

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A Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) vai incluir em seu código de autorregulação de fundos os fundos imobiliários, como forma de aumentar a transparência e o controle sobre essas carteiras, que têm apresentado forte crescimento nos últimos anos, afirmou hoje a presidente da entidade, Denise Pavarina. A inclusão deve ocorrer ainda este ano, e a proposta de autorregulação deve entrar em audiência pública já em março.

A proposta é aplicar aos fundos imobiliários os mesmos critérios de transparência e divulgação de informações que hoje os outros fundos já seguem. Hoje, por exemplo, os fundos não são obrigados a divulgar periodicamente suas informações à Anbima e ao mercado, o que dificulta um acompanhamento mais claro do setor. Além disso, a regulação estabelecerá com mais clareza os papéis e a responsabilidade de administradores, gestores e consultores imobiliários.

Ao entrar no código de fundos da Anbima, os fundos imobiliários passarão a ser incluídos também nas regras de distribuição de fundos no varejo, o que implicará em maior controle sobre a forma como os bancos os oferecem aos clientes. Será preciso fazer a avaliação do perfil de risco do investidor, explica José Carlos Doherty, superintendente da Anbima.

A regulação dos fundos imobiliários ganha importância no momento em que o mercado se ajusta a uma taxa de juros mais baixa, que levará à maior procura por ativos de maior risco, incluido esse tipo de carteira e outras como ações ou crédito privado, diz Denise Pavarina. “Mas não vai ser um processo drástico, a grande massa de investidores não tem um processo decisório tão rápido e isso vai depender também das decisões e dos sinais dados pelo governo nos próximos meses”, diz.

A presidente da Anbima diz que a entidade negocia com o governo medidas para incentivar a criação de fundos de infraestrutura, que comprariam debêntures de empresas envolvidas nos projetos. Nesse ponto, a Anbima defende a criação de fundos específicos para empresas de menor porte. “Um fundo para comprar papéis de pequenas e médias empresas precisa de regras próprias que permitam maior liberdade para se ajustarem ao porte dos emissores”, diz.

(Exame)

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