A vice-presidente da APSIS, Ana Cristina, participou do congresso do IACVA, realizado no início de outubro, em Chicago-EUA, que congregou profissionais de todo o mundo para discutir as questões preocupantes e as tendências sobre a avaliação de empresas e ativos intangíveis no mundo.
Dentre os presentes, representantes do Brasil, China, Estados Unidos, Canadá, Índia, Eslovênia, Gana, Austrália, Rússia, entre outros, discutiram os pontos críticos do processo da avaliação, pontos estes em constante mudança neste cenário de harmonização das práticas contábeis, em especial do Valor Justo, que entrou em vigor em janeiro deste ano.
Além das dificuldades com relação ao novo conceito do Valor Justo e sua mensuração, foram também abordadas questões como a falta de reconciliação de diferentes metodologias nos cálculos avaliatórios feitos por diferentes abordagens e a baixa qualidade dos relatórios. Os avaliadores, pressionados por prazos e complexidades de cálculo, muitas vezes, investem pouco tempo na clara preparação do laudo de avaliação, etapa fundamental na hora de apresentar e descrever o processo de avaliação, não apenas para o cliente, mas também para o mercado, no caso de um documento público. Em um processo de avaliação que apresentou diferentes abordagens (como aplicação de múltiplos x fluxo de caixa descontado), a reconciliação é uma etapa fundamental para compreender e explicar os diferentes resultados encontrados por cada método e julgar, de forma técnica, qual o padrão de valor mais adequado para o ativo em estudo e a finalidade específica do trabalho. A falta de entrosamento entre os diferentes profissionais de avaliação ainda é um fator que impede a velocidade na harmonização das melhores práticas. Isso é perfeitamente percebido nos desafios do IACVA em desenvolver Charters internacionais, para calibrar as normas internacionais com as práticas locais.
Apesar das dificuldades amplamente debatidas, o mercado de avaliação cresce cada dia mais e já traz novas demandas para pesquisa e estudo, como a complexa área de Instrumentos Financeiros e a própria retomada da avaliação de ativos tangíveis, em especial, a área Imobiliária e de Máquinas &Equipamentos, como forma de acalmar os investidores com uma segunda abordagem, não só focada em modelos teóricos, como o fluxo de caixa. Essa tangibilidade também se manifesta na conclusão dos trabalhos. Em plena era de envio de relatórios virtuais (PDF), os laudos voltam a ser solicitados na forma impressa (física) pelos clientes, que gostam de poder consultá-los rapidamente na estante.
O IACVA anunciou duas novas parcerias para suprir os avaliadores de empresas com novas fontes de treinamento e certificação. São elas a AMAA – Alliance of Merger & Acquisition Advisors, a primeira organização internacional para suprir as necessidades de apoio educativo e transacional na área de fusões e aquisição para o mercado de médio porte em todo o mundo e o NEBB Institute, que oferece treinamento e a certificação CMEA Certified Machinery & Equipment Appraisers.
A diversidade de países e profissionais enriqueceu muito o congresso e deixou claro que, apesar dos desafios locais, a maioria das questões e complexidades são comuns aos diferentes continentes. Alguns países, como Rússia e Gana, já têm seu Charter formado, enquanto outros ainda estão trilhando a melhor forma de solidificar as iniciativas isoladas. O Charter do Brasil em formação através do CBAN – Comitê Brasileiro de Avaliadores de Negócio se destacou na América do Sul e já vai oferecer tanto o treinamento Business Valuation Training em português, quanto a prova para a certificação CVA – Certified Valuation Analyst para avaliação de empresas e ativos intangíveis, agora nos meses de novembro e dezembro.