Com US$ 15 bilhões em caixa, Dell prepara-se para mais aquisições

A Dell, terceira maior fabricante de computadores pessoais do mundo, fará aquisições para complementar seu crescimento interno, que deverá superar o do mercado. A afirmação foi feita ontem pelo executivo Peter Altabef, presidente da divisão de serviços da companhia.

Depois da aquisição da Perot Systems no ano passado – a maior já feita pela Dell – a companhia comprou quatro empresas e não pretende parar por aí. Este mês, a Dell perdeu para a Hewlett-Packard (HP) uma guerra de ofertas de 18 dias pela 3Par, de sistemas de armazenagem de dados. "Estamos entrando em um ritmo sob o qual realmente temos como adquirir e integrar empresas", disse Altabef, ontem, em Berlim.

A Dell tem cerca de US$ 15 bilhões em caixa, que poderia usar para aquisições, disse o executivo-chefe da companhia, Michael Dell, ao jornal francês "Le Figaro", em entrevista publicada ontem. Ele poderá buscar novos alvos que tenham tecnologias similares à da 3Par. Essas companhias incluiriam a Pillar Data Systems, a Xiotech e a Compellent Technologies, segundo o analista Roger Cox, da consultoria Gartner.

Altabef não quis comentar se uma dessas companhias poderá ser a próxima na lista da Dell, mas disse que a companhia quer continuar a fazer aquisições e investir internamente em capacidade de armazenamento. Ele afirmou que foi uma "escolha" da Dell desistir da disputa pela 3Par.

A Dell comprou a Perot Systems por cerca de US$ 3,9 bilhões no ano passado, para reduzir sua dependência das vendas de PCs. Altabef era o executivo-chefe da Perot Systems, que fornece serviços na área de tecnologia. Desde então, a Dell comprou a Kace, de ferramentas de gerenciamento de sistemas; a desenvolvedora de software Scalent e as companhias de armazenagem de dados Exanet e Ocarina Networks.

"Temos demonstrado disciplina em nossa postura com as aquisições e mostrado que marchamos com sucesso para absorver companhias com necessidades particulares", disse ele. Altabef afirmou que várias tecnologias estão "estimulando a consolidação".

A computação em nuvem – que permite aos usuários conectar-se a um computador virtual de qualquer parte do mundo, a partir de um telefone móvel, um tablet, um laptop ou um computador de mesa – é uma dessas tecnologias, segundo ele.

Na computação em nuvem, os dados ficam em um servidor remoto, de modo que ter centros de de dados está ficando mais importante. "Há um certo grau de escala associado a essas tendências e uma certa convergência de equipamentos, software e serviços", disse Altabef.

Para entregar essa oferta, as companhias precisam de equipamentos, software e capacidade de serviços para se certificarem de que haverá a integração e que tudo vai funcionar, disse ele. "Portanto, há algumas tendências que apontam para esse tipo de consolidação", afirmou Altabef. O executivo disse que embora alguns preços possam parecer altos, "o mercado tende a reagir às companhias que desenvolvem mais recursos" em áreas particularmente sob demanda.

(Ragnhild Kjetland | Valor)

 

 

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