Compra da Siemens IT eleva em 70% a receita da Atos no Brasil

A compra da unidade de serviços de tecnologia da informação (TI) da Siemens vai elevar em pelo menos 70% a receita do grupo francês Atos no Brasil, afirma o presidente da empresa no país e na América Latina, Alexandre Gouvea.

O aumento resultará da combinação dos negócios das duas empresas, cujas estruturas foram unificadas hoje. No mercado brasileiro, o faturamento somado chegará a 100 milhões de euros anuais, contra 62 milhões de euros referentes apenas à Atos.

No conjunto da América Latina, a expansão será ainda mais significativa: ao absorver os negócios da Siemens, o faturamento anual da Atos vai aumentar 135%. “A companhia ganha um novo volume e passa a ter uma capacidade reforçada para crescer mais”, afirma Gouvea, em entrevista ao Valor.

Segundo o executivo, não havia sobreposição entre os negócios da Atos e da Siemens IT Solutions – o que explica o aumento da receita. De origem alemã, a Siemens tem presença no setor automotivo e experiência em tecnologias de transações e pagamentos eletrônicos. Enquanto isso, a Atos tem mais clientes em segmentos como tecnologia e indústria farmacêutica. “Agora temos a oportunidade de trabalhar em outras áreas”, afirma Gouvea.

A Atos concluiu na sexta-feira a compra da Siemens IT Solutions por 850 milhões de euros. O negócio havia sido anunciado em dezembro do ano passado. O acordo envolve um contrato de 5,5 bilhões de euros pelo qual a companhia vai prestar serviços de tecnologia de forma terceirizada para todo o grupo Siemens nos próximos sete anos.

Com a integração das duas empresas, a Atos eleva de 1,2 mil para mais de 1,7 mil o número de funcionários no Brasil. Em toda a América Latina, a equipe será de 3,2 mil pessoas. Segundo Gouvea, está previsto um corte de 50 a 60 funcionários na região, por conta da sobreposição de cargos nas áreas administrativas. O executivo afirma que não haverá demissões na área operacional.

A Atos é a empresa responsável pela implantação dos projetos de TI nos Jogos Olímpicos desde Barcelona, em 1992.

(Talita Moreira | Valor)

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