Concorrentes apressam integração

A mudança de controle na Claro e o próximo leilão para a aquisição das ações da Net pela Embratel mostra que o grupo mexicano de Carlos Slim, a América Móvil, tem pressa em promover a integração de suas operações no Brasil, como está fazendo no México. A velocidade da consolidação dos serviços será seguido de perto pelos concorrentes Vivo, TIM e Oi no Brasil.

"A nova fase do mercado brasileiro começa com a aceleração do processo de integração de grupos regionais fortes como a Telmex, Telefônica e Oi", afirma Cristiano Zaroni, consultor de telecomunicações para a América Latina da consultoria Frost & Sullivan.

Enquanto a Oi e a Portugal Telecom resolvem as questões societárias e de comando na operadora, a forma com que a Telefônica se integrará com a Vivo poderá ser mais rápida que o esperado. Um dos primeiros movimentos será a venda de serviços de TV por assinatura da Telefônica/TVA por meio da estrutura comercial da Vivo em todo o país.

Com a integração da Net, a América Móvil também almeja ampliar sua participação no mercado de TV por assinatura. Com a integração de serviços, o grupo deve lançar um sistema de envio de conteúdo de TV para diferentes plataformas como TV fixa, TV em dispositivos móveis e TV por internet (IPTV), prevê Zaroni.

A TIM e a Oi, que fizeram movimentos anteriores de consolidação de serviços de banda larga, telefonia fixa e móvel, devem reforçar suas ofertas. No caso da TIM, o investimento é na telefonia fixa de baixo custo, integrada com a telefonia móvel. Para a Oi, a aposta será na integração com a TV via satélite (DTH). Ainda é cedo, segundo analistas, para prever que impacto isso terá no preço das tarifas.

"A troca de comando é uma prévia de anúncios formais que o grupo América Móvil deve fazer no país nos próximos meses", afirma Zaroni. No México, onde a população tem uma renda per capita mais baixa que a brasileira, existe uma competição acirrada por preço de serviços, e o estilo mexicano de gerência é mais enxuto no controle de gastos.

A concorrência pelo assinante de telefonia móvel de terceira geração também será acirrada. Para aproximar-se da cobertura da Vivo, presente em todo o país, a América Móvil deve reforçar o investimento em infraestrutura e na qualidade do serviço, contando para isso com a rede principal da Embratel.

(Ana Luiza Mahlmeister | Valor)
 
 

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