Copa e Olimpíadas levam lojas brasileiras ao exterior

SÃO PAULO – Eventos esportivos como a Copa do Mundo de 2014 e as Olímpiadas de 2016, no Brasil, têm fomentado a busca por abertura de lojas franqueadas de redes brasileiras em países vizinhos, como Chile, Colômbia, Peru e Argentina e alguns paises da Europa. Quem aposta na internacionalização por exemplo, é a rede Spoleto, que já está no México, com 25 lojas, e devido ao sucesso local abriu uma fábrica para ter um abastecimento mais rápido. Eles também possuíam cinco lojas na Espanha, porém, devido à crise que abateu a Europa, duas tiveram de ser fechadas.

Segundo informações da empresa , o Spoleto já está presente no México desde 2005. A previsão para este ano é chegar a 40 unidades e alcançar novos mercados na América Latina como Argentina, Chile, Peru, Costa Rica e Equador.

Quem também volta a atenção para os nossos compatriotas é o site brasileiro Peixe Urbano, que em 2010 conseguiu somar de R$ 75 milhões de descontos para seus clientes. Com atuação em 27 cidades brasileiras, a empresa prevê que no próximo ano isso deva passar para mais de 50 cidades, atingindo uma economia média de R$ 750 milhões dividido para todos que compram no site.

Em 2011 o grupo também pensa em se internacionalizar com a expansão na América Latina e Portugal. " Queremos expandir nosso forma de negócio para outros países também para gerar ofertas diferenciadas para o nosso consumidor", como explicou um dos sócios do site, Emerson de Andrade.

Para analisar o mercado, a Associação Brasileira de Franchising (ABF) promoveu um estudo realizado entre março e novembro de 2010 , que envolveu 33% do total de 61 empresas já internacionalizadas. Durante a pesquisa foram explorados nove temas considerados imprescindíveis no processo de internacionalização, composto por 87 questões e 10 entrevistas profissionais do setor (25% sócios e diretores, 56% gerentes e 19% assessores de franquias). Com relação ao porte das redes, 64% das franquias entrevistadas eram de grande porte (acima de 500 funcionários); 15% de médio porte (entre 50 a 499 empregados) e 21% de pequeno porte (menor que 50 empregados).

De acordo com a ABF, no Brasil existem 68 redes nacionais que operam em todos os cinco continentes com mais de 700 unidades no exterior. ”Esse dado se comparado com o ano 2000, quando eram 15 marcas de franquias, resulta em um crescimento de mais de 300% em apenas 10 anos aproximadamente”, disse o diretor executivo da ABF, Ricardo Camargo.

Um dos desafios apontados consiste em identificar mercados não explorados. Outro está relacionado diretamente com a experiência do franqueador e a escolha do franqueado. ”Sem dúvida é importante que o franqueador tenha alguma experiência internacional em negociação intercultural, se possível no país em que a franquia deseja atuar”, alertam os especialistas. Mas, de acordo com Camargo, se o franqueador não possuir essa vivência, deve contratar um profissional com experiência em gestão exterior.

Um dúvida que aparece na pesquisa também é como implantar e sustentar o modelo de negócio vem como o quinto desafio estabelecido. O grande problema no exterior é a distancia cultural e institucional que por vezes exerce pressão para a mudança de formato do negócio no exterior. Além disso, um segundo aspecto é a distância geográfica e psíquica do franqueador em relação à franquia em outra região.

Um exemplo que não deu certo foi o Boticário quando foi para a França nos anos 80 não levou em consideração a cultura do país e não obteve sucesso devido ao tipo de perfume que eles usavam. Foi um erro de produto e de praça. Hoje eles corrigiram isso com sucesso e estão presentes em diversos países do mundo, pois mudaram sua estratégia – explica.

Mercado

Atualmente existem no Brasil quase 80 mil donos de franquias no Brasil. Para 2011, a expectativa é aumentar o faturamento em 15%, que deve chegar a R$ 86 bilhões. Hoje existem mais de 1800 marcas licenciadas. A taxa de mortalidade de uma franquia no primeiro ano é de 3%. Inferior aos 25% de fracasso entre empresas próprias. Uma parceria firmada este ano entre a ABF e a Infraero pretende aumentar o número de franquias nos aeroportos. A cada cem franquias abertas por ano, apenas três fecham as portas, segundo levantamento da ABF.

O setor deve fechar 2010 com um crescimento de 19%, atingindo um faturamento de R$ 75 bilhões.

Em 2009, as 1.460 redes, que somam mais de 80 mil unidades, faturaram de R$ 63 bilhões.

Eventos esportivos como a Copa do Mundo e as Olímpiadas , no Brasil, impulsionam a busca por abertura de lojas franqueadas de redes brasileiras em países como Chile, Colômbia, Peru e Argentina.

(DCI – Diário Comércio, Indústria e Serviços)

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