Cresce número de milionários no Brasil

Não são apenas as empresas e os fundos de investimento que estão se beneficiando com o aquecimento da economia brasileira. O círculo virtuoso repercute também na riqueza das pessoas em todos os níveis da sociedade. Os mais pobres vão para a classe media e os intermediários na escala começam a romper a marca do primeiro milhão.  Esta é a boa noticia que vem se repetindo nas pesquisas das consultorias Boston Consulting Group e Capgemini e fundamentadas nos dados recolhidos pela ANBIMA.
Brasil é destaque entre os emergentes.

Ao lado de China e Índia, o Brasil faz parte do grupo de países emergentes onde a expansão da riqueza foi mais acelerada. O grupo de milionários brasileiros cresce rapidamente e os efeitos são sentidos tanto no consumo de artigos de luxo como na ponta de investimentos mais sofisticados,  impulsionando a crescente indústria de asset management.

Estatísticas recentes variam mas mantêm indicação de crescimento.

Segundo a consultoria francesa Capgemini, o país está na 11ª posição do ranking de nações com o maior número de milionários. O estudo foi feito em junho para o banco norte-americano Merrill Lynch. O Brasil ganhou 16 mil novos milionários no ano passado, e contaria com um total de 147 mil. Em 2007, o mesmo estudo já indicava um número de 143 mil milionários, um pulo de quase 20% em relação ao ano anterior.
Por outro lado, dados de julho de 2010 do Boston Consulting Group indicavam existir no Brasil mais de 127 mil famílias com mais de um milhão de dólares.

Outro ponto relevante foram os dados divulgados em novembro pela Associação Brasileira das Entidades de Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Segundo a instituição, o número de milionários brasileiros subiu de novo e ultrapassou a marca de  150 mil pessoas. O estudo considera milionário indivíduos com mais de R$ 1 milhão em investimentos financeiros.

Como estas fortunas estão alocadas.

Combinada, a  riqueza financeira do grupo de milionários totaliza R$ 337 bilhões, de acordo com a ANDIMA.  42%  estão alocadas em fundos de investimento. Em seguida, na preferência de investimentos vêm os títulos públicos que  respondem por 34% e por último ações  com 19%.

Oportunidade para novos players em serviços financeiros.

O mercado de asset management brasileiro é bastante sofisticado, tendo crescido nos anos 1980 e 90, época de inflação alta e instabilidade econômica.

A ascensão dos bancos privados é outra prova do crescimento da riqueza brasileira.  Mais e mais instituições financeiras estão oferecendo alternativas de investimento para o novo milionário dos trópicos.

Diversificação geográfica.

Apesar da maior concentração de asset managers ainda ser em São Paulo, a riqueza cresce em todo o Brasil, o que faz com que novos gestores de recursos e consultorias de investimentos comecem a surgir em outras regiões. Em especial no sul do país, onde é grande o nível de industrialização.
Inflação corroendo o poder de compra.

Embora o nível de riqueza esteja crescendo, é bom não esquecer que os preços estão também subindo rapidamente. Serviços e alimentos são os dois componentes de maior influência no recente acréscimo do IPCA-15 novembro que subiu 0,86% ao mês. No ano, o índice subiu de 5,20% para 5,47%.

(Hildete Vodopives l Conselheira Estratégica APSIS Consultoria)

 

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