CSC planeja triplicar receita no país até 2014

A americana CSC, uma das maiores empresas do mundo em terceirização de tecnologia da informação (TI), pretende triplicar de tamanho e atingir um faturamento de pelo menos US$ 250 milhões no Brasil nos próximos três anos. A ideia, segundo seu executivo-chefe, Michael Laphen, é entrar na lista das dez maiores empresas do setor no país.

Hoje, grandes companhias como Stefanini, Politec, CPM Braxis e Accenture têm receitas entre US$ 200 milhões e US$ 600 milhões.
 
Em entrevista exclusiva ao Valor, o executivo explica que, por conta da expansão da economia, o Brasil é um dos países em que a empresa pode encontrar um caminho mais fácil para aumentar seu volume de negócios nos próximos anos. "Não há nenhum sinal de que esse crescimento vai desacelerar rapidamente. Além disso, o país tem uma economia bastante diversificada, o que cria diversas oportunidades de atuação", diz. De acordo com Laphen, os setores nos quais a CSC pretende se dedicar mais são os de finanças, telecomunicações, petróleo e gás, e manufatura.
 
A própria administração da CSC considera a empresas como uma ”desconhecida” que está entre os grupos de maior porte no mundo. Por isso, seu plano atual de investir mais em publicidade. Fundada em 1959, a companhia foi a primeira da área de software, mundialmente, a ter capital em bolsa.
 
Hoje, com US$ 16 bilhões de faturamento anual e mais de 90 mil funcionários em 90 países, é umas das grandes prestadoras de serviços terceirizados de TI do mundo, disputando mercado com gigantes como IBM, HP, Accenture e indianas como Infosys, HCL e Tata (TCS). As indianas, aliás, têm receitas significativamente menores que a CSC (entre US$ 2 bilhões e US$ 6 bilhões), mas suas marcas são mais conhecidos.
 
A companhia está presente no Brasil há alguns anos, mas só começou a atuar mais intensivamente em 2009, após comprar a unidade local da consultoria Bearing Point – que pediu concordata nos EUA em fevereiro. De agosto de 2009 até agora, a operação cresceu 30%. A evolução está bem acima da esperada inicialmente, segundo Laphen. O número de funcionários passou de 700 para 875 e o de contratos chegou a 50, com 15 novos clientes brasileiros e globais.
 
Com a atuação estruturada no país, o executivo diz que a CSC vai concentrar esforços em conquistar mais clientes brasileiros. Os alvos são principalmente as empresas que querem se internacionalizar.
 
Para crescer, Laphen diz que vai contar com a evolução dos negócios da companhia, mas também fará investimentos em aquisições. Questionado, o executivo não revela se está em conversas avançadas com alguma empresa. "Existem boas opções por aí", desconversa.
 
O executivo dá a entender, no entanto, que um dos primeiros alvos da CSC serão empresas do segmento de centros de dados. A estrutura é fundamental para que a companhia traga para o país suas ofertas de sistemas que podem ser acessados por meio da internet, o software como serviço (SaaS), uma das modalidades que têm gerado mais movimentação no mercado de TI hoje.
 
A expansão no Brasil faz parte da estratégia da CSC de ampliar sua atuação entre empresas. Hoje, a companhia tem cerca de 40% de seu faturamento atrelado a contratos com o governo americano. Entre os clientes estão órgãos como o Departamento de Defesa e a agência espacial, a Nasa. No Brasil, Laphen diz que o setor público não será prioridade. "Tenho ouvido que o governo prefere fazer negócios com empresas brasileiras. Mas isso é normal, nos EUA também é assim", comenta.
 
Ao contrário da maioria dos fornecedores, Laphen não se mostra muito animado com os negócios que virão com a Copa do Mundo e a Olimpíada. "[Fornecer para a Olimpíada] é um projeto curto que dá muita dor de cabeç, porque nada depende só de você. Preferimos contratos mais longos", diz.
 
(Gustavo Brigatto | Valor)
 
 
 
 
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