De Heus expande presença no país

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Pouco mais de um ano após estrear no movimentado mercado brasileiro de nutrição animal com a aquisição da paulista Nutrifarms, a holandesa Royal de Heus já dá sinais de que sua atuação no país deverá ganhar maior dimensão ao longo dos próximos anos.

Desde agosto do ano passado, a De Heus investiu mais de R$ 60 milhões no Brasil, afirmou ao Valor o CEO da companhia familiar que fatura cerca de € 2 bilhões por ano, o holandês Koenraad de Heus. “Esse foi o primeiro passo no Brasil. Vamos dar algum tempo para avaliar [os investimentos] e planejar outros passos”, disse o executivo. Entre os aportes feitos pela empresa, estão as aquisições da Nutrifarms, em agosto do ano passado, e da paranaense Romagnoli, em abril. O mais recente lance da De Heus foi a inauguração, no mês passado, de uma fábrica em Araçatuba, no interior de São Paulo. 

Com isso, a empresa pretende alcançar três públicos diferentes. Sediada em Rio Claro (SP), a Nutrifarms tem foco na produção de premix (pré-mistura de minerais e vitaminas usada na composição de rações) para o mercado de suínos. Já a paranaense Romagnoli é especializada na produção de suplementos para gado de leite. Em Araçatuba, a fábrica construída pela De Heus é voltada para a produção de suplementos minerais para gado de corte. De acordo com o CEO da De Heus, a unidade recém-inaugurada pode produzir 100 mil toneladas de suplementos por ano.

Apesar de ressaltar que o atual momento é de “avaliação”, o executivo não esconde o desejo de expandir as operações da empresa para além das três unidades. “Não é possível cobrir todas regiões do Brasil dos locais em que estamos hoje. Teremos que fazer outras aquisições ou construir fábricas”, afirmou ele. De acordo com De Heus, o segundo “passo” da estratégia de crescimento no país deve ganhar forma dentro de um ano.

O executivo reconhece que a chegada da empresa no país está ligada ao movimento de desnacionalização e concentração do mercado brasileiro de nutrição animal, do qual a Holanda é um dos principais atores. No ano passado, as gigantes holandesas DSM e Nutreco adquiriram as brasileiras Tortuga e Belmann, respectivamente. “Para nós, também é importante estar no Brasil”, reconhece De Heus.

Com menor poder de fogo que as concorrentes DSM e Nutreco, a De Heus adotou como estratégia a aquisição de empresas de menor porte, como Romagnoli e Nutrifarms. Também pesa nessa estratégia a ausência de grandes e médias empresas à venda. Alvos sempre especulados no mercado, grupos maiores como M.Cassab, Premix e Matsuda recusam o papel de “consolidadas” e vêm expandindo suas operações.

(Fusões e Aquisições)

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