Efeito sazonal continua em fevereiro no mercado de imóveis novos

Vendas cresceram na Capital em relação a janeiro, mas apresentaram queda em comparação com igual período de 2010

O segundo mês de 2011 confirmou a sazonalidade tradicionalmente observada no início do ano no mercado de imóveis novos residenciais da cidade de São Paulo e região. A Capital apresentou resultados melhores em relação a janeiro, mas muito aquém dos números registrados em fevereiro de 2010.

A venda de imóveis novos atingiu 1.869 unidades, crescimento de 125,2% comparado ao mês anterior e queda de 34,6% sobre fevereiro de 2010 (com 2.858 unidades).

De acordo com o Departamento de Economia e Estatística, responsável pela Pesquisa do Mercado Imobiliário, o indicador de desempenho de comercialização VSO (Venda Sobre Oferta) acompanhou a evolução das vendas em unidades. O VSO médio da cidade de São Paulo foi de 13,2%, diante dos 6,7% de janeiro e dos 21,1% de fevereiro de 2010.

No mês, 86,4% dos imóveis (1.614) foram negociados na fase de lançamento, que compreende o momento de maior esforço para promoção e comercialização do produto.

O nicho de 2 dormitórios liderou novamente, com 777 unidades escoadas, equivalente a 41,6% do total. Imóveis de 3 dormitórios aparecem em seguida, com 603 unidades e participação de 32,3%.

Os maiores sucessos de venda das unidades de 2 quartos aconteceram nas zonas Sul (Morumbi, Cupecê), Leste (Brás, Cangaíba) e na região central da cidade, com valores médios de até R$ 180 mil ou na faixa entre R$ 240 mil a R$ 370 mil. No segmento de 3 dormitórios, a região Sul prevaleceu. Os valores médios das unidades com melhores resultados atingiram uma faixa ampla, desde R$ 250 mil até R$ 500 mil.

Das unidades negociadas em fevereiro, 89,1% possuíam área útil de até 130m² – ou seja, 1.666 imóveis em relação ao total de 1.869 comercializados. Unidades novas com área entre 45m² e 65m² mereceram destaque, com 38,8% (725 imóveis) do total negociado.

Região Metropolitana de São Paulo

A Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) também sofreu efeito sazonal. Em fevereiro, a venda de 3.728 unidades apresentou alta de 47,1% sobre o total escoado no primeiro mês do ano (2.535 imóveis). Houve, porém, redução de 31,7% em relação ao volume percebido em igual período do ano passado, quando foram vendidas 5.459 unidades.

Exatamente a metade (50,1%) do volume comercializado na RMSP se concentrou na cidade de São Paulo. O comportamento reflete a nova condição do município, que chegou a representar mais de 70% das vendas até 2005, mas perdeu espaço para cidades vizinhas, devido à escassez de terrenos que viabilizem empreendimentos dentro dos padrões urbanísticos impostos pela prefeitura.

Desempenho em 2011

Os dois primeiros meses do ano acumularam, na cidade de São Paulo, um total de 2.699 unidades, contra 4.366 unidades em 2010 – redução da ordem de 38,2%. O desempenho de comercialização também registrou queda no período, com VSO médio no ano de 10%, ante 16,2% do primeiro bimestre do ano anterior.

Somente os lançamentos aumentaram neste início de ano, de acordo com dados apurados pela Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio). Janeiro e fevereiro tiveram 3.503 unidades residenciais lançadas na cidade, enquanto o total disponibilizado no primeiro bimestre do ano passado foi de 2.234 moradias.

A alta de 56,8% no total lançado no bimestre, diante do mesmo período de 2010, foi motivada pelo aumento de produtos colocados no mercado em fevereiro: 2.902 imóveis e aumento de 382,9% sobre janeiro último.

Ao comparar o comportamento dos lançamentos entre março de 2010 e fevereiro de 2011, observa-se o acumulado de 38.573 unidades na cidade de São Paulo. Isto significa um crescimento próximo a 20% (19,7%) sobre o acumulado no período de doze meses encerrado em fevereiro de 2010, de 32.225 unidades.

O economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci, considera prematuro afirmar que o desaquecimento registrado no primeiro bimestre irá se consolidar nos próximos meses do ano. “Em março, além de se perceber a influência do período de Carnaval, os resultados poderão não mostrar a desenvoltura dos anos anteriores”.

Em termos de ambiente econômico, as medidas para frear a aceleração do crescimento do País em novembro e as recentes decisões no sentido de conter a entrada de recursos externos como forma indireta de reprimir o crédito, não atingiram o setor, que continua a operar com financiamentos imobiliários abundantes. De acordo com a Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança), em fevereiro deste ano foram concedidos R$ 5,1 bilhões em crédito, contra R$ 3 bilhões de fevereiro de 2010 – um incremento de 72,1% na comparação entre os períodos.

(Secovi SP)

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