Há dez meses no país, empresa americana de serviços de TI prevê uma equipe local de até 500 funcionários
Dono do sétimo mercado mundial de software e serviços de tecnologia da informação (TI), o Brasil tem sido um alvo crescente dos investimentos de multinacionais do setor.Na corrida por um segmento que movimentou US$ 24,9 bilhões em 2012, um dos mais novos nomes a engrossar essa lista é a americana Enterprise Software Solutions (ESS).O país é o mais novo ponto no mapa de expansão internacional da companhia, que começou a estruturar sua operação local em janeiro deste ano.
“Até 2014, temos um plano de investimentos de R$ 50 milhões para o Brasil, considerando aquisições e aportes na própria infraestrutura para a consolidação da operação. No momento, o país é o grande foco para a corporação”, afirma Marcelo Fraile, executivo chefe da ESS no Brasil.
Criada em 1996, em Nova York, a ESS oferece um portfólio de serviços que inclui vertentes como consultoria, projetos de integração, implantação e suporte de softwares de parceiros como a alemã SAP, além do desenvolvimento de sistemas sob medida. Até então, além da matriz americana, a empresa tinha presença direta na Inglaterra, na Argentina e na Índia, país que abriga o seu centro global de entrega de serviços.
Em fase de estruturação, a operação brasileira conta com a sede instalada em Barueri (SP) e um escritório comercial no Rio de Janeiro.
Entre outras áreas administrativas, de vendas e de marketing, a unidade principal comporta ainda atividades de suporte e desenvolvimento de sistemas. “Vamos fechar este ano com uma equipe local de 70 pessoas e o objetivo é encerrar 2014 com um time de até 500 funcionários”, observa Fraile.
Em linha com sua estratégia em outros países, o foco da ESS no mercado brasileiro segue duas correntes.
A primeira delas será acompanhar clientes globais da empresa que estão investindo em operações no país. Em outra frente, a companhia pretende abrir mercado junto às empresas locais. O perfil de clientes inclui companhias de grande porte e também empresas médias, com receita anual entre R$ 100 milhões e R$ 1 bilhão.
A decisão pelo investimento no Brasil foi motivada justamente por um cliente global da ESS. Segundo Fraile, em dez meses de operação, a companhia já assinou outros contratos no país e a previsão é fechar o ano com uma base de 20 clientes. “Para uma operação de apenas um ano e com pouca referência local de marca, é um número bastante significativo.” No plano das aquisições, a ESS está perto de concluir a compra de uma empresa brasileira de softwares analíticos. Ao mesmo tempo, Fraile prevê ao menos uma nova aquisição do mesmo porte, em médio prazo, e não descarta outras negociações. Todos os acordos serão financiados com recursos próprios da matriz.
“A ideia é incorporar empresas que nos deem mais escala, com uma boa base de clientes e de profissionais”, afirma.
Segundo o executivo, os possíveis alvos passarão a ter maior interesse caso tenham presença direta em outros países da América Latina.
Depois do Brasil, que centraliza as operações da ESS na região, os mercadosmais promissores são México, Chile e Colômbia.
Diante do desafio de ser uma marca ainda pouco conhecida no Brasil, a estratégia da ESS no país passa também por investimentos em marketing e comunicação.
Nessa direção, a companhia vai priorizar a participação nos principais eventos do setor e de iniciativas de parceiros, como a SAP.
Com esse conjunto de ações, a expectativa da ESS é apurar uma receita de R$ 50 milhões no Brasil em 2014. A projeção já considera a aquisição que será anunciada em breve e exclui possíveis novos acordos. Companhia de capital fechado, a ESS fatura globalmente cerca de US$ 400 milhões.
(Moacir Drska | Fusões e Aquisições)