Depois de quase dois anos de análise do mercado brasileiro, o investidor americano Marshall Cogan, conhecido por montar mega redes de concessionárias nos EUA e na China, finaliza a criação de uma gigante de luxo no país.
Quatro grupos brasileiros estão na mira de aquisição. As compras serão o pontapé inicial para alcançar as 120 unidades almejadas para a futura rede.
A outra parte virá de abertura de lojas, que ajudarão a distribuir o volume adicional oriundo das novas fábricas (Audi, BMW e Mercedes) do segmento no país.
Para alcançar esse tamanho e um faturamento de R$ 6 bilhões em três anos, Cogan conta com a ajuda de fundos de investimento asiáticos. O investimento inicial é estimado em até R$ 1 bilhão.
Uma empresa de investimento finaliza a criação de um fundo de “private equity” (participação em empresas) com investidores brasileiros que vão complementar o capital da empresa.
A Auto Group Brasil, como se chamará a nova companhia, deve iniciar suas operações em abril de 2014.
Trata-se do segundo grupo de fora do país a ingressar no mercado de concessionárias neste ano. Em maio, o Group 1, de capital aberto nos EUA, pagou cerca de R$ 300 milhões por uma rede nacional.
A entrada dos estrangeiros segue o interesse das montadoras no Brasil, hoje o quarto maior mundial em vendas.
Chegam no momento em que as concessionárias tentam migrar de um modelo de negócios baseado principalmente na venda de carros novos para a prestação de serviços e o segmento de usados.
Para Cogan, a situação atual do Brasil se assemelha à do mercado americano na década de 1950. “Acho que o Brasil é a última grande indústria a ser consolidada”, afirma.
Como exemplo da orientação para serviços que será adotada na nova rede está um serviço de motorista que busca e entrega o veículo na casa dos clientes nas revisões.
A tentativa de agregar valor e elevar margens de lucro faz parte dos esforços para levar o negócio para a Bolsa de Valores, como foi feitos nos EUA pela rede de concessionárias montada por Cogan.
Muitos poucos grupos conseguirão abrir capital [no Brasil] porque a maioria opera no mercado de entrada e tem margens pobres”, afirma o americano.
(Gabriel Baldocchi | Fusões e Aquisições)