Gaia estreia no segmento residencial

A expansão do mercado imobiliário no Rio começa a atrair até quem está acostumado a lucrar com petróleo. Uma das maiores empresas prestadoras de serviço do setor no Brasil, a Gaia Petróleo e Gás, agora investe no mercado imobiliário com edifícios e empreendimentos comerciais. Com contratos que giraram em torno de US$ 5 bilhões com petroleiras e suas terceirizadas, seu braço de imóveis, a Gaia Realizações Imobiliária, lançou no início deste mês seu primeiro empreendimento voltado ao mercado: um condomínio residencial em Itaboraí, o Vita Felice. Com um valor geral de vendas (VGV) de R$ 69 milhões, as unidades de dois e três quartos custarão a partir de R$ 179 mil. Mas a empresa tem projetos de lançamentos para 2012 que devem atingir VGV total de R$ 400 milhões.
 
A escolha da cidade para o primeiro lançamento não foi por acaso. Ela é sede do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Só em 2010, a cidade recebeu 50 mil moradores, totalizando 300 mil habitantes. Mas a expectativa é que esse número chegue próximo de um milhão em dez anos.
 
A Gaia foi fundada em 1995 por Luis e Margarete, pais do atual diretor de Desenvolvimento de Negócios, Rafael Bodanese. O casal trabalhou por 13 anos na Petrobras e saiu para oferecer soluções para empresas da cadeia de óleo e gás. Hoje, a Gaia Petróleo e Gás estabelece parcerias com empresas de todo o mundo para adequar solução já existentes em outros países às necessidades do mercado brasileiro. Com isso, tem participações em joint ventures com empresas estrangeiras para prestar serviços no exterior e possui 140 patentes de equipamentos utilizados nas plataformas brasileiras.
 
O braço imobiliário nasceu há oito anos com o objetivo de atender a demanda dos parceiros por espaços corporativos. "Nós comprávamos os prédios para a locação de parceiros", diz Rafael. Há três anos, construíram o primeiro empreendimento. Dois galpões de 15 mil m² locáveis. Hoje, rendem aluguel mensal de R$ 700 mil.
 
Para crescer no setor, a Gaia Imobiliária contratou Sérgio Cano Côrtes, que trabalhou em bancos e no setor de financiamento da construção civil por 29 anos. O próximo passo é o lançamento de um prédio comercial na Barra da Tijuca, próximo a futura estação do metrô, com 2,3 mil m². Côrtes diz que o objetivo não é concorrer com grandes construtoras. "Vamos aproveitar áreas e oportunidades onde há grande demanda."
 
Por isso, o grupo vai construir um hotel de 50 apartamentos, na orla de Macaé, num investimento de R$ 35 milhões. "Quem vai hoje à cidade precisa reservar hotel com 30 a 40 dias de antecedência. Quem chega na hora, como já aconteceu comigo, não encontra quartos", lembra Rafael. Ainda há planos para um condomínio de casas, apart-hotéis e centros comerciais. "Nosso objetivo é ficar no Estado do Rio, que está com a demanda muito aquecida", afirma Côrtes.

(Paola de Moura | Valor)

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