Gerdau fará oferta de ações acima de R$5 bi

SÃO PAULO – A Gerdau anunciou nesta segunda-feira que planeja realizar uma oferta de ações de mais de 5 bilhões de reais.

O capital levantado na oferta primária será destinado ao programa de investimentos e para reforçar a estrutura de capital da maior produtora de aços longos das Américas.

Apesar de ter explicitado a finalidade da oferta, os analistas do Santander afirmaram em relatório que a operação é negativa para a Gerdau, "já que o uso dos recursos é incerto e pode continuar a incentivar rumores de fusões e aquisições".

Nas últimas semanas, algumas notícias ligaram a Gerdau a uma possível mudança no bloco de controle da Usiminas, embora os acionistas majoritários desta tenham assinado um acordo válido até 2031.

A oferta da Gerdau, que será registrada também nos Estados Unidos, envolverá inicialmente até 68 milhões de ações ordinárias e 203,8 milhões de papéis preferenciais, segundo comunicado ao mercado.

As ações da Gerdau reagiram em forte queda ao anúncio, com desvalorização de 5,15 por cento das ordinárias, a 16,02 reais, e de 4,93 por cento das preferenciais, a 20,25 reais.

Com base nos preços de fechamento deste segunda-feira, a oferta de papéis com direito a voto teria giro de 1,1 bilhão de reais, enquanto a de preferenciais atingiria 4,1 bilhões de reais, totalizando 5,2 bilhões de reais.

A oferta secundária da companhia envolverá ações preferenciais detidas pelos acionistas Metalúrgica Gerdau e Gerdau BG Participações. Os recursos da oferta secundária, segundo a empresa, serão usados pelos controladores de Gerdau para exercer seu direto de prioridade na oferta primária.

A Gerdau encerrou 2010 com 2,2 bilhões de reais em caixa, ante saldo de 4,82 bilhões de reais em 2009 e uma dívida líquida ao final do ano passado de 12,5 bilhões de reais.

O plano de investimentos da companhia está orçado em 10,8 bilhões de reais entre 2011 e 2015, com recursos sendo destinados para operações no Brasil, América do Norte, América Latina e na área de aços especiais.

A realização da oferta está sujeita à aprovação pelo Conselho de Administração da Gerdau e "às condições dos mercados de capitais nacional e internacional", informou a siderúrgica.

Segundo o IFR, um serviço da Thomson Reuters, o Bradesco BBI, o BTG Pactual e o Itaú BBA devem ser os coordenadores da oferta da Gerdau.

(João Marcos | Reuters)
 

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