Giraffas leva o prato feito para Miami, EUA, terra do fast-food

Fundado no início dos anos 80 em Brasília por dois amigos de adolescência, Cláudio Miccieli e Carlos Guerra, o Giraffas vai levar o prato feito brasileiro para Miami, nos Estados Unidos, a terra do hambúrguer.

A rede, que incluiu em seu cardápio o trio arroz, feijão e bife ainda em 1989, será a primeira cadeia brasileira a se aventurar no gigantesco mercado americano de fast-food.

O primeiro Giraffas de Miami será aberto no dia 25 de junho em uma área residencial da cidade, próxima ao Aventura Mall. Outros três pontos já estão em fase de finalização de contrato e o objetivo é chegar a cinco unidades até o fim de 2012.

“Já vínhamos trabalhando no projeto de entrada em Miami há mais de três anos”, afirma Miccieli. Após a crise, os preços dos aluguéis caíram nos EUA, e os fornecedores, que antes nem dariam atenção para uma estreante brasileira, agora não dispensam nenhum cliente, acrescenta. Miccieli acredita que poderá aproveitar a recuperação econômica do país.

Antes dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, a rede brasileira de fast-food de comida árabe Habib’s até ensaiou abrir lojas nos EUA, mas desistiu.

As churrascarias brasileiras, como a Fogo de Chão, já fazem sucesso no mercado americano, mas estão posicionadas em um segmento mais nobre, de renda mais elevada, que não compete diretamente com as grandes cadeias de fast-food, como McDonald’s e Burger King.

"Capital da América Latina"

O consultor Paulo C. Mauro, presidente da Global Franchise Net, especializado em internacionalização de franquias, avalia, contudo, que Miami pode não ter sido a melhor opção para o Giraffas iniciar a sua internacionalização. “Países da América do Sul, Angola, México têm mais a nossa característica, com grande população das classes C e D, que são público do Giraffas”, afirma.

Outras redes brasileiras do setor de alimentação estão prospectando oportunidades de abrir unidades no exterior, acrescenta. O próprio Habib”s não desistiu da ideia.

No Brasil, o Giraffas ocupa a quarta posição no ranking das maiores redes de resturantes, com um faturamento de R$ 520 milhões e 340 unidades em 2010.

Apelidada de “capital da América Latina”, Miami possui um grande número de latinos, sobretudo de Cuba, pela proximidade com a ilha comunista, e do México. E é justamente esse público, cujos hábitos de consumo assemelham-se ao dos brasileiros, que o Giraffas prevê atrair com o seu modelo de negócio.

Em Miami, assim como no Brasil, a rede vai oferecer sanduíches e pratos brasileiros, como arroz, feijão e picanha, mas também vai incluir no cardápio cortes de carne americanos acompanhados de batata, por exemplo.

Preços mais altos

Miccieli afirma que os preços do Giraffas serão um pouco mais altos que os oferecidos pelas redes de fast-food, como o McDonald’s, cujo posicionamento é mais popular no mercado americano do que no Brasil. Mas os pratos serão mais baratos que os das redes de restaurantes "full service" (serviço completo), como o Applebee’s e Pizza Hut.

O tíquete médio do Giraffas, ou valor médio gasto por refeição, deve se situar em torno de US$ 15 em Miami. No Brasil, esse valor está por volta de R$ 17. Mas, nas redes de restaurantes com serviço completo, o tíquete gira em torno de US$ 30 no mercado americano.

Prato prontos versus hambúrguer

A introdução de pratos prontos em 1989 foi um marco para o Giraffas, que nasceu em 1981 como uma lanchonete como tantas outras, que oferecia sanduíches, em Brasília. “Começamos a vender arroz e feijão na hora do almoço para tentar driblar a ociosidade na hora do almoço”, conta Miccieli. A rede vendia bem sanduíches só a partir da tarde e à noite.

Diferentemente dos americanos, que comem sanduíche no almoço, os brasileiros preferem o velho e bom prato de comida.

(Claudia Facchini l iG)

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