O Grupo Solvay anunciou, nesta quinta-feira, a intenção de vender sua participação na Solvay Indupa, empresa que concorre com a brasileira Braskem no mercado local de PVC.
A Solvay Indupa opera fábricas da resina no complexo do ABC paulista, em Santo André, e em Bahía Blanca, na Argentina. Desde o quarto trimestre de 2012, a Solvay Indupa é considerada um ativo “disponibilizado para venda”, segundo consta em documento publicado nesta quinta-feira pela Solvay S.A.
A Solvay Indupa foi criada a partir da Indústrias Patagonicas (Indupa), fundada na Argentina em 1948 e com atuação nos segmentos de cloro, soda cáustica e PVC. No início da década de 1990 a companhia entrou em concordata e foi privatizada, sendo adquirida por um consórcio formado pelas empresas Dow, Itochu e YPF.
Em 1996, a belga Solvay adquiriu 51% das ações da Indupa dando origem à Solvay Indupa, segunda maior fabricante de PVC do Brasil e uma das referências desse segmento na América Latina. A Solvay Indupa tem capacidade instalada para produzir cerca de 300 mil toneladas anuais de PVC no complexo paulista, o equivalente a quase 30% da produção nacional. A Braskem, após iniciar a produção de uma nova fábrica em Alagoas em meados do ano passado, tem capacidade para produzir 700 mil toneladas anuais.
Em comunicado, a Solvay Indupa informou que a decisão do grupo controlador “não afetará as suas atividades industriais e comerciais na Argentina e no Brasil”. Segundo a companhia, as atividades da empresa nos dois complexos ocorrerão “normalmente”, de forma a “atender os clientes nos mercados em que seus produtos são utilizados”. Procurada, a assessoria de imprensa da Solvay Indupa informou que a companhia não dará mais detalhes sobre o assunto.
O grupo Solvay divulgou nesta quinta-feira o balanço referente ao quarto trimestre, no qual os resultados da Solvay Indupa são diferenciados das demais operações do grupo belga. O lucro ajustado do grupo no quarto trimestre somou 203 milhões de euros. O resultado consolidado no padrão IFRS foi de 181 milhões de euros, revertendo prejuízo de 23 milhões de euros do quarto trimestre de 2011.
Os números da Solvay incorporam os resultados da Rhodia, adquirida no segundo semestre de 2011, e refletem a situação distinta registrada pelo grupo nos diferentes mercados. “A situação está melhorando na Ásia e, na América do Norte, mantém a trajetória de recuperação. Entretanto, a situação ainda é incerta na América Latina e desafiadora na Europa”, destacou a empresa.
(Exame)