Hamburg Süd e Aliança investem em navios de maior capacidade

A Hamburg Süd recebe até julho o primeiro dos seis novos porta-contêineres com capacidade nominal para carregar 9,6 mil TEUs (contêineres de 20 pés). Os navios vão substituir parte da frota atual, com capacidade para 7,1 mil TEUs, e vão atender os serviços da Ásia. Hoje, a empresa opera na navegação de longo curso com mais de 50 navios, seja diretamente ou via parcerias.

No ano passado, a companhia movimentou 900 mil TEUs com longo curso e cabotagem e espera um crescimento de 25% para este ano.

Já a Aliança Navegação e Logística, conforme antecipado pelo Valor, investirá R$ 450 milhões na construção e importação de quatro navios de cabotagem com capacidade para 3,8 mil TEUs cada – acima dos 2,5 mil TEUs atuais -, como parte do programa de renovação da frota. Um dos navios já está em operação e os outros serão incorporados até o fim de 2013. A frota atual é de nove navios e cinco serão “aposentados”.

O diretor-superintendente da Aliança, Julian Thomas, disse hoje que espera um aumento de 30% da capacidade com os investimentos.

Em 2012, a Aliança movimentou 310 mil TEUs, 90% de sua capacidade, e espera crescer entre 8% e 15% neste ano.

Apesar de um aumento de demanda por conta dos impactos da chamada “Lei dos Motoristas” no transporte rodoviário, a empresa já sentiu em 2013 as dificuldades enfrentadas no Porto de Santos (SP). “Perdemos 1.500 TEUs de carga que não chegou em uma semana”, disse Thomas.

Atividades terrestres

A Aliança Navegação e Logística, pertencente ao grupo Oetker, também anunciou hoje a criação da empresa ATM (Aliança Transporte Multimodal), voltada a atividades de transporte terrestre (com o modal rodoviário, inicialmente). O início das operações será feito por meio de um investimento de R$ 27 milhões na abertura de um terminal retroportuário no Porto Itapoá (SC). A primeira fase, destinada apenas para contêineres vazios, começa em junho, e a conclusão está prevista para setembro. A empresa vai operar com frota terceirizada e oferecerá serviços como armazenagem, transporte, ova e desova de contêineres, recebimento e preparação de carga para embarque.

Com área construída de 66 mil metros quadrados, o terminal terá capacidade operacional para 7 mil TEUs, dos quais cerca de 900 TEUs para carga refrigerada. “Vamos apoiar o desenvolvimento do próprio porto e pretendemos expandir as operações”, afirmou Julian Thomas.

Segundo o executivo, a ATM já tem um próximo projeto concreto em Manaus (AM) e a Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus) já teria cedido um terreno à empresa, com uma área de 100 mil metros quadrados. A previsão, contudo, é que as obras, ainda não iniciadas, não terminem antes de 2016. Há planos ainda para operar em Suape (PE), mas eles dependem da inauguração do novo terminal de contêineres no local. “Por enquanto, nosso foco está nos contêineres cheios, mas estudamos também a distribuição mais fracionada”, disse Thomas.

(Beatriz Cutait | Valor)

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