O valor aplicado por investidores-anjos em empresas iniciantes, as chamadas “start-ups”, aumentou de 25% em um ano, de acordo com levantamento feito pela Anjos do Brasil, organização sem fins lucrativos de fomento do investimento-anjo.
Entre julho de 2012 e junho de 2013, os investimentos totalizaram R$ 619 milhões. No mesmo período de 2011 a 2012, o valor aplicado somou R$ 495 milhões.
Por outro lado, o número de investidores-anjos brasileiros cresceu apenas 2,3%, passando de 6.300 para 6.450 pessoas físicas que aplicaram recursos e conhecimento em empresas iniciantes.
Segundo a entidade, cerca de 80% destes investidores são apenas receptivos, isto é, aplicam recursos em uma “start-up” somente quando são procurados por empreendedores.
“Neste ano, observamos um fenômeno inverso ao ocorrido no período anterior. Tivemos um aumento mais significativo no valor investido e menor na quantidade de investidores, reflexo do baixo crescimento do número de pessoas com capital para aplicar” afirma Cassio Spina, fundador da Anjos do Brasil.
Ainda segundo o levantamento, o valor médio aplicado por investidor-anjo aumentou de R$ 79 mil para R$ 96 mil.
De acordo com Spina, apesar de o crescimento ser positivo, o investimento-anjo brasileiro ainda é muito baixo se comparado ao dos Estados Unidos.
Em pesquisa divulgada pela Anjos do Brasil, em julho, investidores-anjos declararam ter interesse em aplicar uma média de R$ 208 mil por ano em negócios nascentes, ou seja, mais que o dobro do efetivado.
“O valor total do investimento-anjo brasileiro ainda é apenas 1,2% do americano, demonstrando que o potencial de crescimento do nosso mercado é muito significativo”, diz o fundador da entidade.
Segundo Spina, enquanto nos EUA são concedidos incentivos para os investidores-anjos aplicarem em empresas emergentes, chegando até 100% de isenção fiscal em alguns Estados, no Brasil ainda não existe nenhuma política de estímulo ou proteção a estes investidores.
(Fusões e Aquisições)