Konica muda o foco

Conhecida por suas câmeras fotográficas, a empresa japonesa investe no ramo de saúde no Brasil

A japonesa Konica Minolta já foi uma das estrelas entre os fabricantes de câmeras, na época de ouro do filme fotográfico. No Brasil, a marca chegou a fazer sucesso, na década de 1990, com um modelo à prova d’água, sonho de consumo de uma boa parte dos freqüentadores de praias e piscinas. Longe dos flashes, desde o início da era digital da fotografia, a centenária companhia, com sede em Tókio, dona de um faturamento global de US$ 9 bilhões, está mudando o foco. Na última semana, a Konica Minolta inaugurou a representação de sua divisão de saúde, especializada em digitalização de imagens de exames médicos, em São Paulo.

O objetivo é renovar o desatualizado parque de máquinas de raio-x brasileiro, formado, em sua maioria, por equipamentos analógicos. Sua grande aposta está em um dispositivo que pode ser acoplado às antigas máquinas de radiografia. Na prática, o produto elimina as tradicionais “chapas”, já que faz a captação da imagem de forma digital. “Hoje, 80% do mercado brasileiro pode receber uma solução como essa”, afirma David Widmann, presidente global da área de saúde da Konica Minolta. “Por isso, tomamos a decisão, no ano passado, de ser uma empresa local no Brasil.”

Atualmente, há 23 mil máquinas de raio-X em operação por aqui. A idade média dos equipamentos é de 10 anos. Trazer um equipamento complementar aos já vendidos no País é, também, uma forma de evitar, neste início, concorrer com as grandalhonas do setor de diagnósticos e imagens, como a americana GE, a holandesa Philips e a alemã Siemens. Com o crescimento e oportunidades do mercado local, no entanto, a companhia pensa em importar equipamentos mais completos, como aparelhos de ultrassom. “É um investimento de longo prazo que vamos fazer no Brasil”, diz Widmann.

Os planos da divisão de saúde da Konica Minolta, cujo faturamento global foi de US$ 1,1 bilhão no ano passado, incluem uma fábrica no Brasil. Sua construção está atrelada à evolução da demanda pelo dispositivo digitalizador de raio-x. De início, a empresa investiu R$ 10 milhões na abertura de um escritório na Avenida Paulista, em São Paulo. A companhia vinha atuando no País, por meio de representantes, há seis anos. Segundo Widmann, a Konica já é dona de 31% do mercado brasileiro de radiologia digital.

(Luciele Velluto | Isto É Dinheiro)

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