Máquina de Vendas tem sinal verde da SEAE

A Secretaria de Acompanhamento Econômico (SEAE), órgão do Ministério da Fazenda, deu parecer favorável à aprovação, sem restrições, da fusão entre as redes varejistas Insinuante e Ricardo Eletro. Em março do ano passado, as duas empresas formaram a Máquina de Vendas. Em seguida, em junho, a rede City Lar foi integrada ao grupo. A recente concentração no setor varejista parece ter sido o principal fator para o sinal verde do órgão.

O documento da SEAE será encaminhado à Secretaria de Direito Econômico (SDE), do Ministério da Justiça, que costuma seguir esse primeiro parecer. Em seguida, o caso será analisado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Segundo o parecer, a SEAE analisou os 35 mercados em que há sobreposição das redes Insinuante e Ricardo Eletro. A maior parte deles (23 municípios) fica no Estado da Bahia. Na sequência aparece o Rio de Janeiro, com oito cidades. Na primeira análise, a secretaria concluiu que em apenas seis dessas cidades, todas no Rio de Janeiro, a fusão não teria impactos anticompetitivos.

Em um estudo mais detalhado, relatado no documento, o órgão de defesa econômica mantém a suspeita de prejuízo à concorrência em nove cidades, todas baianas – Camaçari, Candeias, Cruz das Almas, Dias D”Ávila, Jacobina, Lauro de Freitas, Serrinha, Simões Filho e Vitória da Conquista.

A possibilidade de concentração excessiva é totalmente descartada quando a SEAE considera as fusões ocorridas recentemente entre varejistas. "Durante o último ano, duas associações importantes ocorreram no setor em análise, notadamente a associação entre a Casas Bahia, o Ponto Frio e a Companhia Brasileira de Distribuição (CBD), assim como a associação entre a Magazine Luiza, as Lojas Maia e o Baú da Felicidade ", diz o documento.

O parecer destaca que as fusões em questão, que criaram as duas maiores companhias de varejo de bens duráveis do Brasil, ocorreram depois de 2009, ano dos dados usados como referência para a análise de sobreposição das redes Insinuante e Ricardo Eletro.

Desde 2009, segundo o parecer, "a estrutura desse mercado se alterou significativamente, uma vez que muitos concorrentes passaram a fazer parte de grupos econômicos de maior porte, cujos poderes de compra foram aumentados significativamente".

Quanto às lojas virtuais da Insinuante e da Ricardo Eletro, a secretaria considerou que elas tiveram uma participação pequena na movimentação total do setor em internet, de R$ 7,1 bilhões em 2008, ano usado como base. "Este ato de concentração não ocasiona efeitos anticompetitivos no mercado de bens duráveis por lojas virtuais", concluiu a SEAE.

O documento não faz referência à City Lar, que agregou participação à Máquina de Vendas nas regiões Norte e Centro-Oeste.

O grupo manteve, até o momento, as três marcas iniciais e dividiu entre elas o mapa do país. A Insinuante ficou com o Nordeste e a Ricardo Eletro, hoje com o Sudeste, deve agregar o Sul, onde o grupo avalia ativos. A Ricardo Eletro também manteve algumas unidades na Bahia. Hoje o portfólio do grupo inclui 260 lojas Insinuante, 200 City Lar e 290 Ricardo Eletro, em um total de 750 pontos de venda.

(Luciana Seabra | Valor)

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