Brazil Wind planeja investir R$ 3 bi

A Brazil Wind, subsidiária da Brasil Energy para energia eólica, planeja atingir um total de 850 megawatts (MW) instalados até 2020, com investimentos que devem ultrapassar a marca de R$ 3 bilhões. O primeiro grande passo neste sentido foi dado no início deste ano com a assinatura de um contrato de R$ 405 milhões com a GE Energy para a aquisição de 100 aerogeradores, que serão instalados no complexo de geração eólica de Guirapá. A instalação está localizada entre os municípios de Pindaí e Caetité, na Bahia, e engloba sete parques eólicos. Com investimentos totais de R$ 600 milhões, o projeto terá 150 megawatts (MW) de capacidade instalada e deve entrar em operação de julho de 2014.
 
O diretor da Nova Investimentos, gestora da Brazil Wind, Frederico Robalinho, afirmou que o complexo vai gerar para a companhia faturamento de R$ 2,4 bilhões ao longo dos 20 anos de operação previstos em contrato. Os equipamentos, com 1,6 MW cada e 60% de índice de nacionalização, serão entregues a partir de agosto do próximo ano. A expectativa é que a licença de instalação saia até novembro e o início das obras em janeiro de 2013. A energia que será gerada do complexo foi comercializada no Leilão de Reserva (LER), realizado em agosto de 2011, quando a companhia vendeu 20% volume do total da energia negociada na concorrência. "O preço médio ficou R$ 100 por megawatts-hora", afirmou Robalinho.
 
A companhia entrou com pedido de financiamento do projeto no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), onde está em fase de enquadramento e há a perspectiva de conseguir de 60% a 70% do montante necessário para a construção. "Nossa expectativa é feita com base na linha de crédito que nós entramos e nas características do nosso projeto".
 
Para este ano, Robalinho afirmou que a Brazil Wind planeja investir R$ 250 milhões. A maior parte do montante será empenhada na construção dos sete parques eólicos. O restante será investido em estudos para o descobrimento de novos locais para a implantação de projetos eólicos. Segundo o executivo, a companhia acabou de fechar a compra de sete torres de medição de vento com uma companhia brasileira. Hoje, a companhia tem cinco torres de medição.
 
A Brazil Wind cadastrou mais sete projetos de energia eólica para o leilão A-3 (para entrega em três anos), previsto para 28 de junho, com total de 150 MW. "Nossa agressividade vai depender dos preços que serão levados para o leilão", ponderou Robalinho. "Isso se o leilão acontecer", ponderou. O mercado sinalizou uma baixa demanda por energia no A-3. O motivo foi a sobrecontratação das distribuidoras, que calcularam uma demanda de energia superior ao que realmente está se concretizando.
 
A crise economica na Europa trouxe incertezas para o mercado interno no ano passado, desacelerando a economia doméstica e reduzindo a demanda por energia.
 
No entanto, o cenário não inibiu as perspectivas da Brazil Wind no mercado dos ventos. "O mercado sinaliza que o Brasil deve crescer, nos próximos dez anos, acima da média histórica", disse Robalinho. A aceleração será impulsionado principalmente pelo mercado doméstico, com aumento da renda, do emprego e do acesso ao crédito, avaliou.

(Marta Nogueira | Valor)
 

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