Os dez multimercados mais rentáveis

Com a queda da bolsa de aproximadamente 20% no ano, os gestores de fundos multimercado tiveram que encontrar alternativas para oferecer boa rentabilidade aos seus cotistas. Nobel, BTG Pactual, Mauá Sekular, Kondor, Fram, Gap, Explora, Mapfre e Oceana são os gestores dos dez fundos multimercado de melhor rentabilidade no ano até o dia 12 de setembro.

A tabela abaixo mostra que o retorno destes dez fundos no período entre 31 de dezembro de 2010 e o último dia 12 ficou na faixa entre 9,80% e 14,31%, acima da rentabilidade do CDI de 8,02%, e com a volatilidade variando entre 1,64% e 26,61% ao ano. Todos os fundos possuem patrimônio líquido acima de R$ 50 milhões e a aplicação inicial é de, no máximo, R$ 50 mil.

Veja a relação:
 

 
Os fundos Mapfre Inversion, Mauá, Gap Absoluto, Kondor Max e BTG Pactual Hedge Plus ganharam com posições em títulos públicos prefixados (LTNs) e atrelados à inflação (NTN-Bs). A evidência dessa estratégia foi a alta da correlação entre a variação das cotas desses fundos e os índices IRF-M e IMA-B, calculados pela Anbima com base em uma carteira de títulos públicos formada por LTN s e NTN-Bs, respectivamente.

Os gestores dos demais fundos usaram estratégias de arbitragem entre pares de ações ou índices para conseguir seus ganhos. O fundo mais rentável, o Nobel Advanced Agressive, foi também o mais volátil, em função de sua estratégia de investimento que concentra grandes posições em ativos líquidos.

A eficácia das estratégias dos fundos pode ser avaliada também por meio da relação entre o retorno e o risco dos fundos, representados pelos pontos laranja no gráfico abaixo.

Para compreender o gráfico, comece pelo ponto mais alto à direita, que ilustra o desempenho do Nobel Advanced Agressive, o fundo com o maior retorno, de pouco mais de 14%, e também com o maior risco, de 26% ao ano. Nenhuma outra carteira teve desempenho semelhante, o que pode indicar tanto um desempenho excepcional para uma estratégia de investimento única quanto apenas sorte no período.

Existem duas formas para conseguir a melhor relação entre risco e retorno. Uma é escolher o fundo com o maior retorno dado um determinado nível de risco. A outra é, para o mesmo nível de retorno, aplicar no fundo com menor risco.

Por exemplo, os fundos BTG Pactual Plus e Mauá – representados pelos dois pontos mais altos seguintes – têm o mesmo nível de risco, na faixa de 4% ao ano, e de retorno, pouco acima de 12%. Observe que o fundo Fram Capital Amundsen, apesar do maior risco, de 6,16% ao ano, teve retorno menor, de 10,58%.

Um pouco mais abaixo, com retorno de 11% e risco de 2%, aparece o fundo Kondor Max. Na linha de retorno de 10,5%, o ponto mais à esquerda representa o fundo Gap Long Short, com retorno semelhante ao Gap Absoluto e ao Fram Capital Amundsen, mas com risco menor.

Todos os três fundos com retorno na faixa de 10% – Explora, Mapfre e Oceana – possuem risco maior do que o Gap Long Short.

Entre os parâmetros de referência, o IMA-B teve o maior retorno e também o maior risco, seguido pelo IRF-M. O CDI, com retorno de 8%, teve risco de praticamente zero.


 
Note que a política de investimento dos fundos multimercado é muito flexível, o que possibilita ao gestor mudar rapidamente de estratégia. A consequência para o desempenho do fundo pode ser positiva, se o gestor antecipar corretamente os movimentos de mercado, ou negativa, caso a leitura seja errada.

Portanto, se você pensa em investir em fundos multimercado, procure avaliar o desempenho em diversos períodos para ter certeza da consistência do desempenho do gestor. Mas faz sentido começar sua análise identificando aqueles mais rentáveis em um determinado período.

(Marcelo d”Agosto l Valor Investe)

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