Fusões e aquisições na América Latina caem ao menor nível desde 2009

O ritmo ainda morno da economia mundial se refletiu sobre o movimento de fusões e aquisições no terceiro trimestre. As transações desse tipo movimentaram US$ 461 bilhões entre julho e setembro, 20% abaixo do registrado um ano antes, de acordo com levantamento elaborado pelo Merrill Data Site, em parceria com a consultoria Merger Market.
 
Na América Latina, a perda de fôlego foi ainda maior. No terceiro trimestre, foram registrados 112 negócios, que movimentaram US$ 13,4 bilhões — o menor nível desde o primeiro trimestre de 2009, quando o mundo ainda sentia os reflexos da crise financeira que eclodiu no ano anterior.
 
O principal negócio do período na região, na avaliação do Merrill Data, foi a aquisição de uma fatia de 60% da administradora de concessões de infraestrutura brasileira OHL pelas espanholas Brookfield e Abertis, avaliada em US$ 2,7 bilhões.
 
Em relatório, o analista Elias Latsis, que coordena a pesquisa, afirma que o terceiro trimestre tende a ser fraco, pois engloba o período de férias de verão no Hemisfério Norte.  “O movimento de fusões e aquisições costuma ganhar força no último trimestre do ano, especialmente em dezembro”, avalia.
 
Latsis afirma que o termômetro da temporada será dado pela esperada fusão entre as europeias de defesa espacial BAE Systems e EADS, que devem movimentar US$ 45 bilhões, no maior negócio do setor em mais de uma década. Segundo ele, essa transação deve impulsionar uma fila de negócios no setor. Porém, caso o acordo não vá para a frente, a expectativa é de uma temporada mais morna.

(Natalia Viri | Valor)

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