A turbulência no mercado financeiro com a perspectiva de retirada de estímulos monetários por parte do banco central americano refletiu-se sobre o movimento de fusões e aquisições global.
Entre abril e março, esse tipo de operação movimentou US$ 269,4 bilhões, queda de 32% em relação ao mesmo período de 2012. Em termos de número de acordos fechados, houve recuo de 28%, para 1.571 negócios.
Os números foram compilados pela Merrill Data Site, empresa que desenvolve sofwares de armazenamento de dados para processos de auditoria, em parceria com a consultoria Mergermarket.
De acordo com a pesquisa, as operações de fusões e aquisições têm sido mantidas pelas empresas de maior porte — que, diante das incertezas, preferem esperar para escolher onde aplicar os recursos. As empresas de pequeno e médio porte, por outro lado, têm encontrado dificuldades de conseguir crédito para financiar as compras.
Em termos setoriais, o segmento de consumo continua o mais resistente: o volume de recursos movimentado em termos globais totalizou US$ 15 bilhões entre abril e maio, com estabilidade em relação a um ano antes.
Na América Latina, a letargia no mercado de fusões e aquisições foi ainda mais exacerbada. Esse tipo de operação movimentou US$ 9,5 bilhões no começo do segundo trimestre, com queda de 80% na comparação anual. O número de negócios despencou 65%, para 69 acordos.
As duas maiores operações no período envolvem companhias brasileiras. A primeira delas foi a compra da Credicard pelo Itaú por US$ 1,4 bilhão. A aquisição de uma fatia de 40% no campo de Tubarão Martelo que estavam nas mãos da OGX pela Petronas, da Malásia, por US$ 850 milhões vem logo em seguida.
Outro ponto interessante na região, de acordo com o levantamento da Merrill Data, foi o movimento de saída de empresas de private equity das empresas investidas. Esses negócios movimentaram US$ 3 bilhões no acumulado do ano, valor superior ao registrado em 2012 como um todo, de US$ 2,2 bilhões.
(Natalia Viri | Valor)