Captações poderão ser feitas entre fontes locais e internacionais e incluir empréstimo junto a bancos e emissões de bônus, afirma a companhia
A Petrobras (PETR3, PETR4) informou no final da quarta-feira que planeja captar 20 bilhões de dólares em 2013, quantia 63 por cento maior que a média planejada para o período de cinco anos, afirmou o vice-presidente financeiro da companhia, Almir Barbassa.
As captações vão ocorrer entre fontes locais e internacionais e incluir empréstimos junto a bancos e emissões de bônus, informou a assessoria de imprensa da Petrobras, citando o executivo.
No plano estratégico de investimento de 237 bilhões de dólares entre 2013 e 2017, anunciado no mês passado, Barbassa havia dito que a companhia planejava captar em média 12,3 bilhões de dólares por ano durante o período.
O objetivo de captações está 20 por cento abaixo dos 25 bilhões de dólares de 2012, mas a continuação da meta acima da média mostra as dificuldades que a Petrobras enfrenta ao tentar conciliar os planos conflitantes do governo, seu principal acionista.
As captações de 2012 foram 56 por cento maiores que a média anual de 16 bilhões de dólares no plano anterior de cinco anos entre 2012 e 2016.
A receita da Petrobras está sendo pressionada por uma série de frentes. A produção da empresa no Brasil caiu por 11 meses seguidos, enquanto o governo tem recusado permitir que a empresa aumente os preços dos combustíveis em linha com o mercado internacional.
Estes fatores, combinados com aumento da demanda brasileira por combustível e limitada capacidade de refino, têm também pressionado o fluxo de caixa, o que tem forçado a Petrobras a captar mais para cumprir seu plano de investimento.
Um plano para reduzir a pressão sobre o caixa com a venda de ativos no Brasil e no exterior também tem enfrentado dificuldades, com a Petrobras reduzindo o retorno esperado com tais vendas de 15 bilhões para 9,9 bilhões de dólares.
Em 2012, o nível de endividamento da Petrobras superou o limite interno da empresa de 2,5 vezes o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda).
Em dezembro, a avaliação de crédito de grau de investimento da Petrobras foi colocada sob observação para possível corte e, no segundo trimestre do ano passado, a empresa divulgou seu primeiro prejuízo em 13 anos.
(Infomoney)