A brasileira Planus — integradora de equipamentos e serviços de infraestrutura de tecnologia da informação (TI) — vai anunciar na próxima semana a aquisição da também brasileira SOL Soluções Online, companhia que presta serviços de TI sob o conceito de computação em nuvem.
Nesse modelo, os sistemas e recursos de tecnologia são acessados e armazenados via internet, a partir de centros de dados. A cobrança pelos serviços é baseada em assinaturas, com o pagamento de taxas por período de uso, semelhante a contas de consumo.
Financiada com recursos próprios, a transação foi fechada por R$ 3 milhões e acrescenta cerca de 90 clientes ativos à base atual de 1.700 da Planus, além de vinte novos profissionais ao time da companhia, que até então contava com um quadro de 260 funcionários.
O acordo marca também a criação de uma nova unidade de negócios na empresa, voltada exclusivamente à oferta de serviços de infraestrutura na nuvem. Com a divisão, a ideia é ampliar o atendimento da Planus para todos os modelos de compra de tecnologia disponíveis atualmente. “Nós entendemos que existem boas oportunidades tanto no modelo tradicional quanto nesse novo modelo de nuvem, que começa a ganhar força no Brasil, especialmente entre as empresas de pequeno e médio porte”, afirmou Silnei Kravaski, diretor-executivo da Planus, ao Valor.
Segundo uma projeção divulgada pela consultoria Frost & Sullivan, o mercado brasileiro de computação em nuvem vai movimentar US$ 302 milhões em 2013, um crescimento de 74% sobre 2012.
Ao mesmo tempo, a aquisição reforça a estratégia da Planus em ampliar a oferta de serviços como forma de reduzir a dependência das receitas de equipamentos — como servidores —, que possuem margens mais restritas. Atualmente, os projetos que envolvem exclusivamente equipamentos respondem por cerca de 70% do faturamento da empresa. Os 30% restantes são gerados pela divisão de serviços.
A Planus fechou 2012 com uma receita bruta de pouco mais de R$ 130 milhões. Para esse ano, a previsão é um crescimento de 9% nos negócios. “Com a nova unidade, a expectativa é que a divisão de serviços represente 50% de nossa receita no prazo de três anos”, afirmou Kravaski.
Segundo o executivo, a prioridade para os próximos dois anos será consolidar esse posicionamento da Planus e estruturar a nova oferta, especialmente em áreas como engenharia, manufatura, varejo e serviços financeiros.
(Moacir Drska | Valor)