Plural paga R$ 150 milhões pela Geração

A Plural Capital, de ex-sócios do Pactual, fechou a compra de 100% da tradicional corretora de ações e gestora de fundos de renda variável Geração Futuro, com sede no Rio Grande do Sul, forte no mercado de pessoas físicas. O anúncio foi feito na noite de ontem.
 
Segundo apurou o Valor, a Plural, criada por Rodolfo Riechert e André Schwartz, pagará cerca de R$ 150 milhões pela Geração, que possui aproximadamente R$ 6 bilhões em ativos administrados e 80 mil clientes. A compra faz com que a Plural dê um salto de tamanho, aproximando-se da XP Investimentos no negócio de varejo. A Plural já havia absorvido, em 2011, a corretora Flow, de Jorge Felipe Lemann, filho de Jorge Paulo Lemann. Deve manter as duas corretoras separadas, uma com foco no varejo e outra para grandes investidores.
 
Desde a morte do fundador da Geração, o empresário Edmundo Valadão, em 2010, vítima de um câncer, a corretora ficou sem uma liderança forte, o que culminou agora na sua venda.
 
A transação marca a entrada da Plural no varejo de investimentos. Até agora, a Plural tinha como foco a atuação junto a clientes empresariais e institucionais, como gestora de recursos, assessora em operações de fusões e de mercado de capitais e também com uma resseguradora, a Terra Brasis. Os planos dos ex-executivos do Pactual são de criar um banco múltiplo e, para isso, aguardam a aprovação pelo Banco Central da aquisição do Banco Equity, uma instituição que pertencia ao Banco Prosper e estava inoperante. O BC tem dificultado a obtenção de licença de novos bancos, dando preferência para que instituições interessadas em operar no país adquiram outras com problemas ou inoperantes.
 
A Geração Futuro será mantida como uma negócio separado do banco Plural, inclusive com sua marca preservada. Entram no negócio as operações de corretagem, gestão e administração de fundos. O banco de investimentos que a Geração abriu em 2008, mas nunca foi operacional, fica de fora e a corretora já teria, até mesmo, solicitado ao BC a sua extinção.
 
A compra da Geração Futuro pode ser interpretada como uma aposta de que o atual cenário de forte queda dos juros, acompanhado de revisão das regras de remuneração da poupança, abrirá maior espaço para forte crescimento de produtos de investimento de renda variável, além de outros ativos diferenciados.
 
Com uma abordagem fundamentalista para o mercado de ações, Edmundo Valadão e a sua Geração tiveram papel de destaque na maior popularização do investimento em bolsa no país. A corretora criou centenas de clubes de investimentos, além dos fundos. Tido como o maior investidor individual em bolsa do país, o bilionário gaúcho Lírio Parisotto gere sua fortuna por meio de um fundo que mantém na Geração, com direito a mesa no escritório da corretora em São Paulo, na avenida Paulista.
 
Segundo comunicado da Plural, os executivos Eduardo Moreira, atualmente responsável pelas áreas de private bank e gestão de fortunas da Plural, e Rodolfo Froes, diretor de operações da corretora, deixarão seus cargos e se juntarão ao time da Geração, ao lado dos atuais diretores.

(Vanessa Adachi | Valor)
 

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