Pré-sal e ampliação do porto impulsionam mercado imobiliário de Santos

São Paulo – A descoberta de petróleo na camada do pré-sal e as obras de ampliação do Porto de Santos provocaram forte crescimento no mercado imobiliário do município. Hoje, o número de prédios em construção na cidade já supera a quantidade de lançamentos acumulada nos últimos 12 anos.

Segundo a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Edificações, Santos tem atualmente 162 obras de imóveis com mais de dez andares em andamento, duas a mais do que as concluídas de 1998 a 2010. A cidade tem também 71 projetos de prédios aguardando aprovação e outros 40 já aprovados.

Esses prédios, segundo o secretário Antonio Carlos Silva Gonçalves, têm características diversas e atenderão as várias demandas que estão sendo criadas na cidade. São desde futuros prédios de habitação popular até modernos edifícios comerciais destinados a empresas que estão investindo nos novos negócios na região.

"Vivemos um momento que supera uma década", afirmou  Gonçalves. "Esperamos que isso se mantenha nos próximos anos."

O presidente do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), João Crestana, confirma o bom momento e acredita que ele está só em seu início. Segundo ele, construtoras estão de olho nas necessidades de grandes empresas, mas também na demanda por moradia dos milhares de trabalhadores que estão sendo atraídos pelas oportunidades geradas na Baixada Santista.

"Santos será uma nova Macaé [centro da indústria petrolífera do estado do Rio de Janeiro]", disse Crestana. "A cidade receberá trabalhadores de todo o Brasil, muito por influência do pré-sal."

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Santos (Sintracom), Geraldino Cruz do Nascimento, espera que o crescimento do setor colabore com o aumento do emprego e da qualidade deles.

Ele diz que, na Baixada, a categoria tem hoje 60 mil trabalhadores e ganha aproximadamente 9% mais pessoas por ano – já cresceu 4,8% só em 2010. Esses números, porém, não se refletiram nos salários e condições de trabalho.

"O aumento do emprego, infelizmente, também traz o aumento das injustiças", disse ele. "Algumas empresas acabam querendo lucrar nas custas do funcionário e abusando do trabalhador."

(Vinicius Konchinski | Portal Exame)

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