A realização de grandes eventos no Rio de Janeiro vem alavancando uma série de investimentos públicos e privados, inclusive do setor hoteleiro. No total, estima-se que serão construídos cerca de 4,5 mil novos leitos até 2014 para receber a demanda turística extra.
Só no calendário deste ano, está prevista a realização da Copa das Confederações, do Rock in Rio e da Jornada Mundial da Juventude, que prometem atrair milhares de turistas para a capital fluminense.
Isso sem mencionar os visitantes esperados durante a Copa do Mundo, em 2014, e a Olimpíada em 2016.
De olho nesse potencial, grandes redes estrangeiras como a francesa Accor e as americanas Hilton, Ramada e Hyatt estão investindos em novos hotéis. Alguns destes grupos inclusive estão fazendo suas estreias na cidade.
Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio de Janeiro (ABIH-RJ), com base em pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a capital fluminense conta hoje com cerca de 31,5 mil quartos em operação.
A ABIH-RJ estima que, até 2016, o Rio supere esta oferta de leitos em até 50%. Ou seja, pelo menos 12 mil novos quartos entram em operação até os Jogos Olímpicos.
Atualmente, de acordo com a entidade, a cidade tem 110 novos hotéis em construção ou em fase de licenciamento.
A expansão sai do tradicional eixo Copacabana- Barra e se direciona para outras regiões como o centro, Zona Norte e Zona Oeste, além dos entornos dos polos industriais, como Mangaratiba e Santa Cruz – região que tem como foco os empreendimentos de padrão econômico e corporativo.
Até os motéis da cidade estão se adaptando para receber hóspedes. Dados do setor mostram que cerca de 40% da rede deste tipo de hospedagem, o que representa em torno de sete mil leitos, está ganhando ares de hotel.
Taxa de ocupação
As taxas anuais de ocupação hoteleiras têm se mantido acima de 80%, o que representa incremento da demanda de mão de obra especializada em toda a estrutura de receptivo.
Motivos para comemorar a nova fase do setor turístico na cidade e no estado não faltam, afirma o presidente da ABIH-RJ, Alfredo Lopes.
“O Rio de Janeiro virou a página da história vivida nos anos 1980 e 1990, quando o desalinhamento político entre as esferas municipal, estadual e federal espantaram não só investimentos em negócios e infraestrutura como, também, turistas e o vigor da indústria hoteleira. Hoje, o setor turístico vem se destacando entre os protagonistas do desenvolvimento econômico carioca”, afirma Lopes.
Para ele, o grande desafio de ampliar a oferta de leitos já foi superado. “A conquista do Rio de Janeiro para sediar os maiores eventos esportivos mundiais representa um divisor de águas, quando a cidade incorpora definitivamente seu papel de anfitriã mundial”, acrescenta.
Financiamentos
O volume de financiamentos para o setor hoteleiro e de turismo no Brasil vem apresentando números expressivos.
A Caixa Econômica Federal (CEF) destinou, até outubro de 2012, R$ 5 bilhões em linhas de crédito para empresas do setor de turismo, um aumento de 41% em relação ao mesmo período do ano passado. De 2003 para cá, a instituição financeira aplicou R$ 20,7 bilhões no setor de turismo.
Dentro do programa BNDES ProCopa Turismo, voltado para a ampliação e modernização do parque hoteleiro nacional, foram aprovados R$ 417 milhões para a construção de mais dois hotéis no Rio.
Deste total, R$ 118,5 milhões serão para a Carvalho Hosken Hotelaria LTDA., responsável pela construção do Hilton Barra.
Os R$ 298,5 milhões restantes ficarão com a Rio JV Partners Participações LTDA., empresa do grupo Hyatt que implantará o Grand Hyatt Barra. Ambos ficarão na Barra da Tijuca e serão inaugurados em 2015. Juntos, os novos hotéis vão gerar cerca de 2,6 mil empregos diretos e indiretos.
O Hilton Barra terá 298 apartamentos, restaurantes, salas de ginástica, business center e estacionamento. O financiamento do BNDES corresponde a 71% do investimento total no projeto e será erguido ao lado do Shopping Metropolitano – também em construção no bairro.
Já o Grand Hyatt será erguido em formato de resort de serviços, com 436 apartamentos. O financiamento do BNDES corresponde a 57% do investimento total no projeto, que será o primeiro do grupo no Rio
(Brasil Econômico)