Refinaria Manguinhos pretende aderir ao Novo Mercado

O conselho de administração da Refinaria Manguinhos aprovou a adesão da companhia ao Novo Mercado, segmento de listagem que prevê apenas a existência de ações ordinárias. Segundo informou a companhia em comunicado, a adesão visa aumentar a liquidez das ações e atrair uma gama maior de potenciais investidores.
 
O anúncio, porém, denota apenas a intenção da empresa de migrar para o nível mais elevado de governança corporativa da BMFBovespa. Além da aprovação dos acionistas em assembleia e da conversão das ações preferenciais em votantes, a empresa precisa do aval da bolsa para concretizar a adesão.
 
Endividada, a Manguinhos entrou em recuperação judicial em 2008. Naquele ano, foi comprada pelo grupo Andrade Magno, que hoje detém 67,8% das ações votantes e 58,9% do capital total da companhia.
 
Após a renegociação de dívidas e uma rodada de investimentos, a empresa saiu do processo de recuperação em julho de 2011.
 
Porém, apesar de ter voltado a dar lucro, ao fim de setembro, o patrimônio líquido da companhia era negativo em R$ 183,4 milhões. Na prática, isso significa que o valor de seus bens e benefícios não é suficiente para cobrir todos os seus compromissos e dívidas. Só aqueles que vencem no curto prazo somavam R$ 218,7 milhões.
 
A empresa ainda não divulgou suas demonstrações financeiras consolidadas de 2011, apesar de o prazo oficial para a entrega dos balanços anuais ter vencido no dia 2.
 
No acumulado no ano até o terceiro trimestre, a Manguinhos registrou um lucro líquido de R$ 2,7 milhões, contra um prejuízo de R$ 16 milhões no mesmo período de 2010.
 
Boatos a respeito da venda da refinaria — a única privada do país — sempre rondaram a companhia. Nas últimas semanas, os rumores ganharam força após o controlador ter se desfeito de 5,5% dos papéis ordinários em um leilão em bolsa.
 
Com cerca de 90% das receitas concentrada na área de refino, a companhia tem buscado diversificar suas operações.
 
Recentemente, anunciou que estuda a possibilidade de aumentar sua capacidade de tancagem  de 1,7 milhão de barris para 6,5 milhões de barris, o que poderia gerar um avanço do faturamento de, no mínimo, US$ 500 milhões ao ano.
 
Nos primeiros nove meses de 2011, a empresa registrou uma receita líquida de R$ 1,67 bilhão.
 
(Natalia Viri | Valor)
 

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