Rossi mantém trajetória de expansão das margens

SÃO PAULO – Com alta de 55% nos lançamentos, que somaram R$ 3,4 bilhões, e expansão de 69% nas vendas, de R$ 3 bilhões em 2010, a Rossi Residencial fechou o ano com lucro líquido de R$ 350 milhões, um aumento de 72% sobre 2009. A companhia, que por algum tempo esteve aquém dos principais concorrentes em termos de margens, está conseguindo manter a trajetória de rentabilidade mais alta, iniciada há cerca de dois anos. A correção de rota incluiu um plano de diversificação maior em termos geográficos – hoje a Rossi está em 83 cidades e pretende chegar a 120 no fim do ano – e de produto. A empresa atua tanto na baixa quanto média e alta renda.

A margem bruta saiu de 30,6% para 31,6% de 2009 para 2010 – 32% foi a média do setor nos primeiros nove meses de 2009 – e a margem líquida subiu de 12,9% para 14% no período, aproximando-se da média do setor, na casa de 15% de janeiro a setembro. "Estamos crescendo com qualidade do resultado", afirma Cássio Audi, diretor financeiro e de relações com investidores. Para este ano, a previsão é que os lançamentos fiquem em R$ 4,4 bilhões.

No último trimestre, no entanto, em relação ao mesmo período do ano anterior, enquanto a margem bruta subiu de 30,2% para 32,4%, houve queda tanto das margens operacionais, de 20% para 16,8%, quanto da margem líquida, de 14,9% para 12,7%. Segundo Audi, tanto a elevação da margem bruta, quanto a queda das demais, representa uma mudança de mix nos últimos três meses do ano – quando a companhia se voltou mais para a média e alta renda. "Embora as margens do negócio sejam maiores, os gastos comerciais e de marketing também são mais expressivos", diz.

No ano fechado, a participação da empresa no segmento econômico representou 50% dos lançamentos, um total de 23.239 unidades. Ao longo de 2010, no entanto, a companhia diminuiu gradativamente a fatia da baixa renda no negócio. No primeiro trimestre, os imóveis econômicos representaram 73% dos lançamentos da Rossi, nos dois trimestres seguintes ficaram na casa dos 50% e no quarto, caiu para cerca de 35%. "Agora, com o novo teto, voltamos à carga para atuar no Minha Casa, Minha Vida", diz o diretor.

No início deste ano, o governo aumentou o teto do programa de R$ 130 mil para R$ 170 mil, mas, na prática, o preço dos imóveis praticamente não muda por conta da renda. No entanto, nas cidades médias, onde o preço passou de R$ 100 mil para R$ 130 mil, houve, de fato, um ganho. "Pela pulverização geográfica que temos, vale a pena continuar com o patamar de 50% dos lançamentos em econômicos", diz.

A receita líquida da Rossi em 2010 fechou em R$ 2,49 bilhões, contra R$ 1,57 bilhão no ano anterior, alta de 59%. No quarto trimestre, a receita totalizou R$ 711 milhões, expansão de 49%. Os resultados financeiros do quaro trimestre vieram ligeiramente acima das projeções da Fator, por exemplo. O lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização somou R$ 533 milhões no ano, 61% maior.

A empresa encerrou o ano com caixa de R$ 970 milhões. O endividamento total, que era de R$ 1,2 bilhão em 2009, passou para R$ 2,1 bilhões no fim de 2010.

A Rossi não comenta o assunto, mas, segundo o Valor apurou, está em negociações avançadas para a compra do controle da incorporadora Even – o que a colocaria entre as três maiores do setor em receita líquida.

(Daniela D”Ambrósio | Valor)

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