Salfer prevê faturar R$ 1 bi em 2012 e estuda aquisição

Nos corredores do centro administrativo da rede de varejo Salfer, no distrito industrial de Joinville, a meta de atingir R$ 1 bilhão de faturamento até 2012 está pintada na parede. Com perspectiva de chegar a R$ 708 milhões em receita este ano, um crescimento de 29,7% sobre 2009, o objetivo está mais próximo. Mas o alvo nem sempre esteve tão perto, lembra o presidente da rede de eletroeletrônicos e móveis, Vanderlei Gonçalves. "Quando fizemos o planejamento estratégico, em 2008, saímos de um faturamento de R$ 435 milhões, e em seguida enfrentamos o auge da crise", conta.

Apesar dos percalços na economia mundial, a Salfer seguiu sua trajetória de crescimento. Esta semana, a rede inaugura a loja de número 200 em Ponta Grossa, no Paraná. É o segundo ponto de venda da rede na cidade. Na reta final de novas unidades em 2010 está prevista inauguração em Mangueirinha e a segunda loja em Toledo, duas cidades paranaenses.

O crescimento, que tem sido orgânico até agora, pode vir na forma de uma aquisição. Gonçalves diz que alguns projetos de compra e também de fusão estão sendo analisados. E afirma que, apesar do assédio, uma venda está fora dos planos da empresa.

A expansão da rede Salfer superou a projeção da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Santa Catarina (FCDL/SC) para o setor, de aumento de 10% nas vendas deste ano em relação a 2009. As principais concorrentes regionais também cresceram. A Berlanda, com sede em Curitibanos, no meio-oeste de Santa Catarina, chegou a 137 lojas este ano. Em 2008, eram 78 pontos de venda. A empresa espera chegar a um faturamento de R$ 300 milhões este ano. A Koerich, com sede em Florianópolis, tem 81 lojas no Estado – três inauguradas em 2010. A empresa não revela sua receita, mas tem planos de chegar a 2012 com 105 lojas abertas.

Para concretizar a abertura de 42 lojas em 2010, a Salfer investiu R$ 15 milhões. A expansão se dá em duas frentes – lojas padrão, com cerca de 800 metros quadrados e estoque completo, localizadas em pontos estratégicos de comércio de rua nas cidades com mais de 30 mil habitantes, e o conceito Salfer Mais. O modelo nasceu em 2006, voltado para municípios de 10 mil a 30 mil habitantes. São lojas menores, com cerca de 300 metros quadrados, que funcionam com cinco a seis funcionários e sem estoque. "Mantemos apenas os celulares na loja, mas todos os outros itens são comprados virtualmente", diz Gonçalves. Segundo ele, o modelo surgiu para otimizar rotas de entrega que já existiam e mesmo o uso de mídia regional contratado em veículos de comunicação. Desde 2006, foram abertas 50 lojas nesse modelo.

Gonçalves diz que o plano de expansão em número de lojas para 2011 ainda não foi aprovado pelo conselho de administração. Mas o objetivo da rede é alcançar R$ 900 milhões em faturamento. As próximas inaugurações mantém o foco nos dois Estados em que a rede já atua: Santa Catarina, que hoje concentra 135 lojas, e Paraná, com 75.

Segundo Gonçalves, o Paraná ainda tem grande potencial de expansão. Os planos para atingir São Paulo devem ficar em ritmo de espera até 2012, diz o presidente. A meta para os próximos dois anos é chegar a 280 lojas.

"O interesse da família é perpetuar o negócio", diz Gonçalves. Há três anos, a empresa implantou um programa de governança corporativa e hoje a gestão da companhia está completamente profissionalizada. Os dois membros da família ligados diretamente ao negócio estão no conselho.

(Júlia Pitthan | Valor)
 

+ posts

Share this post