São Paulo pronta para um novo papel no cenário mundial

São Paulo vive um novo surto de prosperidade que lhe confere um merecido papel mais arrojado no cenário mundial – e não são apenas as estatísticas e as pesquisas de grandes consultorias que apontam essa mudança.

O perfil mais internacional do centro financeiro do Brasil é uma realidade e também uma oportunidade que empreendedores e autoridades brasileiras não podem deixar passar em branco. É hora de investir no aprimoramento de serviços, eventos, infraestrutura urbana, entretenimento, enfim, em tudo o que uma grande metrópole como São Paulo precisa valorizar para consolidar sua imagem no mundo globalizado.

As páginas de jornais e revistas, a internet e a TV, ótimos termômetros das tendências na economia e na vida cotidiana, andam cada vez mais recheadas de dados e histórias que revelam a cara da nova cidade: internacional, cosmopolita, sofisticada, múltipla. Ora é o aumento no número de vistos de residência para estrangeiros, ora os voos lotados, os ingressos esgotados para vários eventos num mesmo dia, as dezenas de shopping centers com movimento intenso e os hotéis repletos de hóspedes.

Os bairros residenciais e os eixos comerciais passam por transformações a um ritmo veloz.  Mais empresas chegando, mais conglomerados internacionais transferindo suas representações regionais da Cidade do México ou Miami para a metrópole. A expressiva demanda por escritórios de alto padrão na capital paulista é um exemplo do poderio desta metrópole que, segundo estudos, só perde para Nova York em número de escritórios de multinacionais no continente americano.

O Brasil desponta no cenário internacional e a cidade detentora do maior PIB do País sai necessariamente na frente, ao cumprir sua vocação de centro nacional da indústria, finanças, negócios, entretenimento e eventos. O momento agora é de criar as bases para ampliar ainda mais a visibilidade da cidade como pólo de eventos e vetor de grandes negócios.

As condições estão aí. Do café ao capital industrial, somos agora a quarta maior entre as 22 metrópoles mundiais a receber mais investimentos estrangeiros em 2011, de acordo com levantamento da consultoria KPMG. Perde apenas para Londres, centro financeiro mundial, e para duas gigantes chinesas, Xangai e Hong Kong. Vieram US$ 8,4 bilhões para São Paulo, na estimativa da Sociedade Brasileira de Estudos das Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica. Algo natural, já que aqui estão as sedes dos maiores bancos, indústrias, construtoras e consultorias brasileiras, entre outros segmentos, e uma das maiores bolsas de valores do mundo.

Uma pesquisa da revista Exame/KPMG com 74 empresas internacionais na América Latina mostrou que 68% afirmaram ter um centro de decisão dedicado à América Latina, sendo que quase a metade tem a sede latinoamericana em São Paulo – fenômeno que ganhou impulso a partir de 2007. Outro ranking, este da revista América Economia, posicionou São Paulo como a principal cidade para negócios da América Latina. Numa pesquisa com executivos, a capital paulista foi considerada a melhor plataforma para negócios no continente, só ficando atrás de Miami, que, afinal, é americana. De 2010 para cá, São Paulo passou a ter 15 novos destinos aeroportuários internacionais, totalizando 48.

Mais promissor ainda é um levantamento divulgado este mês pela PricewaterhouseCoopers, que projeta crescimento anual de 4,1%. Com isso, em 2020 São Paulo será a 13ª em produção de riquezas no mundo, com um PIB de US$ 411 bilhões, à frente de Hong Kong, Miami e Xangai. Ou seja, ganhará seis pontos em relação à sua atual posição e estará distante apenas US$ 15 bilhões em relação à 10ª colocada, Washington (US$ 426 bilhões projetados).

Tantos indicadores macroeconômicos são acompanhados por números superlativos no turismo e nos eventos. A São Paulo Turismo (SPTuris) divulgou em abril um levantamento elaborado por meio de seu núcleo de estudos e pesquisas – o Observatório do Turismo –, o qual mostrou que mais de 40% das pessoas que desembarcam no Aeroporto Internacional de São Paulo-André Franco Montoro, em Cumbica, Guarulhos, vêm à capital paulista a negócio e a trabalho.

Outro dado positivo revelado por essa sondagem, para o qual os empresários e autoridades precisam estar atentos, é o interesse dos turistas ou viajantes a negócios em retornar à cidade para a Copa do Mundo de 2014: 44,2% dos turistas brasileiros e quase 92% dos estrangeiros disseram que pretendem voltar nessa época.

Ao verificar a motivação secundária dos viajantes que vêm a negócios, a categoria lazer/turismo aparece em segundo lugar. Ou seja, os empresários também aproveitam a viagem para curtir a vida cultural, ir aos centros comerciais, ver desfiles de moda, feiras, shows ou à corrida de Fórmula 1 – a única em um país latino-americano. Isso tudo apesar de o real estar valorizado em relação às principais moedas mundiais.

A consulta aos passageiros revelou que a gastronomia, os atrativos culturais/entretenimento e as opções de compras são os itens que mais agradam aos visitantes. Mais de 80% dos entrevistados avaliaram essas atrações como boas ou ótimas. Ufa, as boas notícias são muitas. É mais do que o momento de investir, planejar e apostar com firmeza na São Paulo que é tudo de bom. Assentar as bases para multiplicar as oportunidades. O mundo está olhando para nós e não vai se decepcionar.

(Toni Sando | Mercado e Eventos)

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