Shimano pedala para dobrar faturamento na América Latina

Companhia japonesa aposta no lançamento de produtos de alto valor e treinamentos de mecânicos para reposição de peças.

A Shimano, fabricante japonesa de peças para bicicletas, quer dobrar o faturamento de US$ 50 milhões, estimado para o final de 2011, na América Latina até 2015.

A principal estratégia da empresa, que no mundo fatura US$ 2,7 bilhões, é uma forte política de aproximação com o varejo. A Shimano vai colocar suas peças nas prateleiras de 40 lojas independentes do país, além de treinar mecânicos e vendedores para aumentar a reposição dos produtos.

Outra estratégia da Shimano para o mercado latino-americano, que representa 2% das vendas globais da marca, é lançar produtos de alto valor agregado, como o cubo Nexus, peça que permite ao ciclista mudar de marcha sem estar em movimento.

No mundo, a Shimano investe 20% de sua receita no desenvolvimento de novos produtos, segundo Fabio Takayanagi, presidente da subsidiária para a América Latina. "Com o aumento do poder de compra, especialmente no Brasil, as pessoas buscam bicicletas de maior valor agregado", afirma.

Eventos esportivos também fazem parte da política de Takayanagi para se aproximar do consumidor brasileiro e impulsionar suas vendas. No ano passado, a sede brasileira realizou a Shimano Short Track (SST), na cidade de Mogi das Cruzes, interior de São Paulo. Na ocasião, cerca de 12 atletas disputaram a final de mountain bike (MTB) em uma pista fechada de 900 metros. "Estamos presentes em eventos todos os finais de semana."

O continente latino-americano chamou a atenção da companhia por registrar um crescimento de 50% de 2009 para 2010. O Brasil, em números de vendas, vem em primeiro lugar para a Shimano Latin America, seguido por Argentina e Colômbia.

Mas as ambiciosas projeções de crescimento da Shimano na região não se justificam por maior penetração de bicicletas e sim pelo crescimento do número de peças mais caras. "O que aumentou no país foi a compra de bicicletas de alto valor agregado", diz.

Perfil

A marca japonesa está no mercado há 90 anos e se tornou conhecida com a fabricação do câmbio. Segundo Takayanagi, a companhia estima responder por cerca de 90% do mercado mundial de peças de alto valor agregado para bicicletas.

A Shimano tem 15 fábricas instaladas no Japão, China, Cingapura, Malásia, Indonésia, Camboja, República Tcheca e Estados Unidos. No Brasil, a empresa distribuiu seus produtos para cerca de 15 mil lojas. Na América Latina, 80% das vendas correspondem ao mercado de reposição.

A pesar de o país ser o quinto maior consumidor de bikes do mundo, a Shimano tem um desafio pela frente. Dados da Associação Brasileira de Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), mostram que o consumo em 2010 foi de 5,3 milhões de unidades, o que representa 5% do consumo mundial de bikes e o mesmo número de 2009.

Em 2008, compramos 5,8 milhões de bicicletas. Pouco, considerando-se que o país tem 200 milhões de habitantes.

(Thais Moreira  l Brasil Econômico)

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