Kinea lança 2º fundo imobiliário

A Kinea, gestora de investimentos alternativos do Itaú Unibanco, está aproveitando o momento de queda da taxa de juros e aumento do apetite por risco dos investidores para levantar o segundo fundo voltado para desenvolvimento imobiliário.
 
A gestora está com uma oferta em análise na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) da segunda emissão do Kinea II Real Estate, com previsão de captar até R$ 150 milhões para investir em participações em projetos de desenvolvimento imobiliário com foco no segmento residencial, podendo também alocar em imóveis comerciais e logísticos.
 
A oferta contará com uma distribuição pública de R$ 135 milhões, voltada para investidores qualificados – com mais de R$ 300 mil em aplicações financeira -, com aporte mínimo de R$ 10 milhões. Os demais R$ 15 milhões serão buscados em uma emissão com esforços restritos.
 
Essa é a segunda carteira voltada para desenvolvimento imobiliário. O primeiro portfólio da gestora voltado para incorporação, estruturado como um Fundo de Investimento em Participação (FIP), tem R$ 150 milhões em capital comprometido e detém uma carteira com 25 projetos, sendo 23 residenciais e dois comerciais.
 
A gestora tem procurado oportunidades fora do eixo Rio-São Paulo, com projetos distribuídos por cinco Estados: Maranhão, Sergipe, Espírito Santo, Paraná e São Paulo, além do Distrito Federal, abrangendo dez cidades e que somam um Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 1 bilhão. A Kinea entra em média com 50% dos recursos em cada empreendimento, em parceira com um incorporador local.
 
O foco do segundo fundo de desenvolvimento imobiliário, com prazo de sete anos, é de imóveis residenciais voltados para a classe média dentro da faixa de financiamento do Sistema de Financiamento Habitacional (SFH), cujo teto é de até R$ 500 mil. Os fundos imobiliários voltados para incorporação, por envolverem o risco da construção, costumam oferecer uma taxa de retorno mais atrativa que os tradicionais portfólios com foco em renda. De acordo com o prospecto da oferta, o retorno esperado para os investidores do primeiro fundo de incorporação é de 13% a 14% ao ano mais a variação da inflação. Para se ter uma ideia, a média do retorno dos portfólios listados em bolsa em 2011, a maior parte voltada para renda, foi de 7,23%, segundo a consultoria Fundo Imobiliário, que considera o rendimento com aluguel mais a variação das cotas no mercado.
 
Depois da euforia verificada no mercado imobiliário em 2010, a venda de imóveis novos já começa a mostrar sinais de arrefecimento na cidade de São Paulo. Em 2011, as vendas caíram 21% em relação a 2010. Os preços, no entanto, continuam em alta, tendo subido 12% em 2011, devendo mostrar uma desaceleração neste ano.

(Silvia Rosa | Valor)

 

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