A Taesa, braço de investimentos em transmissão de energia da Cemig, fechou nesta semana parceria com a Alupar, empresa de energia da construtora Alusa, para disputar o leilão das
linhas de transmissão que farão o escoamento da energia da hidrelétrica de Belo Monte, de 11.233 MW, no rio Xingu (PA), para o Sudeste. O leilão está previsto para ocorrer no primeiro
trimestre de 2014. “O leilão das linhas de Belo Monte, pelo montante [de recursos] associado, terá um capex [investimento] representativo e demandará uma solução de engenharia
desafiadora, pouco usada no mundo”, afirmou ao Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor, o diretor-superintendente geral da Taesa, José Ragone Filho, que retornou hoje
ao Rio de Janeiro, após se reunir esta semana com investidores em Nova York. “Estamos nos antecipando para o leilão. E já formalizamos uma parceria com a Alupar”, completou o executivo.
Pelo acordo, cada empresa terá participação de 50% no consórcio. A Alupar confirmou o acordo, mas não forneceu mais
detalhes sobre a parceria. A Taesa também contratou a italiana Cesi, empresa de consultoria e testes de sistemas de energia, para dar suporte técnico e de engenharia ao consórcio. Um
dos trunfos da italiana, que abriu este ano um escritório no Brasil, é ter na equipe o engenheiro Paulo Cesar Vaz Esmeraldo, experiente técnico do setor elétrico e que conduzia os estudos
do sistema de transmissão de Belo Monte na Empresa de Pesquisa Energética (EPE), antes de se transferir para a empresa. De acordo com estudos da estatal, a principal linha do sistema
terá 2.140 quilômetros de extensão, ligando a hidrelétrica a uma subestação em Minas Gerais, e investimentos de R$ 4 bilhões. A linha terá capacidade para escoar 4 mil megawatts (MW)
em 800 quilovolts (kV) – nível de tensão inédito para o sistema brasileiro. Amanhã, os acionistas da Taesa vão decidir, em assembleia geral extraordinária, sobre a proposta da administração
de captar até R$ 540 milhões, por meio de uma emissão de debêntures. A proposta envolve a emissão
de 54 mil debêntures, em até duas séries, com valor unitário de R$ 10 mil. Os papéis não são conversíveis em ações. De acordo com a ata da reunião da diretoria, realizada em setembro, os
recursos serão utilizados para a liquidação e/ou amortização de dívidas da companhia, “visando ao alongamento de seu perfil de endividamento e para reforço do caixa”. A Cemig possui
43,36% do capital da Taesa. O Fundo de Investimento em Participações (FIP) Coliseu detém 29,51%. E o restante, 27,13%, está distribuído entre outros investidores.
(Debentures)