Tractebel é a 1ª a fechar venda no mercado livre

Os primeiros contratos de venda de energia eólica ao mercado livre começam a ser registrados na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). A Tractebel foi a primeira empresa a fazer esse tipo de negócio com seu parque de Beberibe e já começa a vender os cerca de 70 MW médios que vai começar a gerar em dois anos. As vendas da energia dos ventos no mercado livre começam a ganhar força e a Agência Nacional de Energia Elétrica já registra empreendimentos com capacidade de gerar 660 MW e que terão a energia comercializada no ambiente livre ou destinada a autoprodutores.

Os números da Aneel não contemplam os novos parques da Tractebel e da CPFL, que anunciaram grandes investimentos no mês passado. A Tractebel anuncia hoje que está iniciando as obras de cinco parques eólicos, com capacidade de 145,6 MW, que terão a energia vendida exclusivamente a consumidores livres. "Nossa comercializadora já fechou os primeiros contratos com clientes que compram energia incentivada", disse o presidente da Tractebel, Manoel Zaroni.

Os investimentos da Tractebel nesses parques serão de R$ 630 milhões e a empresa vendeu a energia para sua comercializadora em contratos de 15 anos que vão ser usados para garantir o financiamento que está sendo pleiteado no BNDES.

Estratégia parecida foi usada pela CPFL que também vai construir parques eólicos com investimentos da ordem de R$ 600 milhões e que terão energia destinada exclusivamente ao mercado livre. O presidente da empresa, Wilson Ferreira Jr, disse que a energia foi vendida à comercializadora da empresa e que os parques já começaram a sair do papel. "Mas a venda para o consumidor final ainda não está sendo feita", disse Ferreira.

As grandes empresas estão em busca do mercado do consumidor especial, que usa de 0,5 MW a 3 MW, e que tem desconto de 50% na tarifa de transporte da energia que provém de fontes alternativas – biomassa, eólicas e pequenas centrais hidrelétricas. No mercado livre, esses consumidores representam 1.000 MW, mas podem chegar a 10 mil MW. Foi esse tipo de consumidor livre o grande responsável pelo aumento do número de agentes na CCEE. De acordo com o presidente da Câmara, Luiz Eduardo Barata, hoje são 1.450 agentes, ante os 200 do início do mercado livre, há 10 anos.

(Josette Goulart | Valor)

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