Triunfo pode voltar a analisar novos ativos após pacote de portos

“Excepcional. Espetacular. Animador. Desafiador”. Foi com essa recepção que o diretor-presidente da Triunfo Participações e Investimentos (TPI), Carlo Alberto Bottarelli, comemorou o anúncio do pacote portuário, cujas medidas foram detalhadas ontem pelo governo federal. Além dos investimentos de R$ 54,2 bilhões para a ampliação e modernização da capacidade portuária, uma das principais medidas foi a liberação para novos terminais privativos sem a necessidade de carga própria. Agora, serão feitas “chamadas públicas” quando houver necessidade de novos terminais, permitindo a possibilidade de várias empresas abrirem projetos.
 
A medida atinge em cheio a Triunfo, já que a Portonave, em Itajaí (SC), é um terminal de uso privativo misto e, por operar mais cargas de terceiros do que próprias (em volume, não em valor), a empresa está no grupo de terminais privativos com processos no Tribunal de Contas da União e no Supremo Tribunal Federal (STF) autorizados pelo governo sem ter passado por licitação pública. Terminais como a Portonave terão seus contratos adaptados para as novas regras, conforme medida provisória assinada ontem por Dilma, e tendem a ganhar uma blindagem contra as contestações.
 
Segundo Bottarelli, o pacote dos portos “tranquiliza” e dá uma indicação clara da linha que o governo quer seguir. O executivo disse que as ações em trâmite foram desencadeadas por uma “guerra comercial” e está confiante na vitória da companhia, com um desfecho ainda neste ano.
 
O diretor-presidente afirmou que o pacote permitirá ao setor ter maior segurança política. “É um marco regulatório limpo, claro, com pouquíssimas dúvidas e bem escrito”, disse Bottarelli. “O setor portuário carecia dessa regulação”.
 
Novos projetos
 
Após a publicação do pacote para os portos, empresas como a Triunfo poderão promover novos investimentos no setor.
 
“Já temos a Vetria, que é um projeto grande em gestação, e estamos ampliando a Portonave. Poderemos voltar a olhar a busca de ativos portuários dentro desse regulamento, mas não há nada pontual”, disse Bottarelli, que citou como exemplo o interesse na licitação do segundo terminal de contêineres em Suape (PE).
 
(Beatriz Cutait | Valor)

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