Vale lucra R$ 10,275 bilhões no trimestre e bate novo recorde de ganhos

A Vale registrou lucro líquido de R$ 10,275 bilhões no segundo trimestre deste ano. O valor, recorde para o período na história da mineradora, representa uma alta de 54,9% em relação ao mesmo período do ano passado. O resultado veio acima do esperado pelo mercado, que projetava ganhos entre R$ 9,2 bilhões e R$ 9,8 bilhões no período.

Nos primeiros seis meses deste ano, o lucro líquido da mineradora somou R$ 21,566 bilhões, alta de 126,7% em relação ao primeiro semestre de 2010. Segundo analistas, o ganho foi impulsionado pelo aumento de 20% nos preços do minério de ferro no mercado internacional.

A empresa atingiu recorde para o segundo trimestre na geração de caixa, no lucro operacional, margem operacional e lucro líquido. A receita operacional da Vale atingiu de R$ 25,614 bilhões no segundo trimestre, a maior da história para o período.

As vendas de produtos e minerais ferrosos como minério de ferro, pelotas, manganês e ferro ligas também bateram recorde, somando R$ 18,8 bilhões.

A produção de minério de ferro da Vale, o principal produto da mineradora, somou 80,25 milhões de toneladas no segundo trimestre de 2011, contra 75,86 milhões de toneladas no mesmo período do ano passado. No primeiro trimestre do ano, a produção foi de 71,54 milhões de toneladas.

O Ebitda (lucro antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) no segundo trimestre foi de R$14,8 bilhões, contra 10,43 bilhões de reais há um ano.

A alta nos preços de vendas mais elevados causaram um efeito positivo de R$ 2,228 bilhões na comparação com o primeiro trimestre, o que aconteceu basicamente em função da alta dos valores dos materiais a granel (bulk materials), como minerais ferrosos e carvão.

Essa alta de preços nos materiais a granel causou um impacto positivo de R$ 2,526 bilhões, enquanto a redução dos preços médios dos metais base – como níquel, cobre e cobalto – tiveram impacto negativo de R$ 331 milhões.

A mineradora informou que o aumento do volume de embarques adicionou R$ 800 milhões à receita, principalmente devido às maiores vendas dos materiais a granel. A apreciação da moeda brasileira contribuiu para uma redução da receita em R$ 987 milhões, comparada ao trimestre anterior.

As vendas dos materiais a granel representaram 75,1% da receita operacional total no segundo trimestre, contra uma fatia de 69,5% observada nos três primeiros meses do ano. Já a participação de metais base na receita total diminuiu para 13,9%, contra 19,6% no trimestre anterior. Os fertilizantes responderam por 5,4% da receita, em linha com os 5,6% do primeiro trimestre, enquanto os serviços de logística contribuíram com 3,7% no segundo trimestre, fatia que era de 3,1% no primeiro trimestre.

No recorte pelas regiões clientes da mineradora, a Ásia respondeu por 50,9% da receita no segundo trimestre, aumentando a participação, que era de 49,1% nos três primeiros meses do ano.

"Isto é explicado principalmente pelo aumento da participação da China para 31,3% de 29,5% no trimestre anterior", informa a a Vale em seu balanço trimestral.

A participação do Japão cresceu para 11,4%, contra 10,7% entre janeiro e março. A parcela das vendas para as Américas sofreu uma ligeira queda de 28% para 25,9%, como consequência da venda dos ativos de alumínio, que tinham o Canadá como um importante mercado.

A participação da Europa cresceu de 19,2% para 19,7% entre o primeiro e o segundo trimestre de 2011, enquanto que as vendas para o resto do mundo contribuíram com 3,5% no trimestre.

Considerando as vendas por país, a China foi a responsável pela maior parte da receita da mineradora entre abril e junho, com 31,3%, seguida pelo Brasil, com 18%; Japão, com 11,4%; Alemanha, com 6,3%; Estados Unidos, com 3,8%; e Itália, com 3,4%.

(Bruno Rosa l O Globo)

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