Whitney tem US$ 300 milhões para AL

O grupo americano Whitney planeja investir US$ 300 milhões em aquisições de instituições de ensino superior na América Latina, dos quais US$ 200 milhões no Brasil. Marcelo Aguiar, vice-presidente sênior de desenvolvimento corporativo da companhia, disse ao Valor que o grupo está analisando, neste momento, seis propostas para expandir seus negócios no país.

Esses investimentos deverão ser feitos até 2013, segundo Aguiar. "A Whitney pretende atingir a marca de 200 mil alunos no Brasil, o que nos colocaria entre os cinco maiores grupos de instituições de ensino do país", disse o executivo, que atuou nos últimos 10 anos como diretor do AIG Capital, coordenando investimentos de private equity na América Latina. De acordo com Aguiar, o grupo está olhando três ativos em São Paulo, um no Nordeste, um no Sul do país e um outro no Centro-Oeste.

Criado há seis anos, o grupo tem como foco investir em instituições de ensino na América Latina. Nesse período, a Whitney já aplicou cerca de US$ 250 milhões em aquisições no Brasil, Chile, Argentina, Colômbia e Panamá, que totalizam cerca de 90 mil estudantes. Tradicionalmente, a Whitney adquire 80% do negócio e mantem o sócio local com 20%. "Nada impede que compremos 100% do negócio", disse.

No Brasil, a companhia adquiriu no início deste ano a Universidade Veiga de Almeida, localizada no Rio de Janeiro. O grupo também controla o Centro Universitário Jorge Amado (Unijorge), em Salvador. Atualmente, a operação brasileira é a mais importante para o grupo americano que possui cerca de 32 mil alunos no país. Segundo dados do Inep, entidade do MEC, 15 mil estudantes são da Veiga Almeida e os outros 17 mil são da Unijorge.

Atualmente, os maiores investidores em instituições de ensino no país são os grupos Kroton, Anhanguera, Laureate e Estácio, que somam, juntos, cerca de 600 mil estudantes.

Segundo Aguiar, há cerca de 2 mil instituições de ensino privadas no Brasil. "Os maiores grupos detêm apenas 25% desse mercado. Ou seja, há muito espaço para consolidação", afirmou.

Os primeiros passos dados pela Whitney no Brasil foram considerados tímidos, mas o grupo planeja uma estratégia mais agressiva para os próximos anos. "Antes da crise financeira global [desencadeada em 2008], um ativo desse setor era avaliado acima de 15 vezes o Ebtida [lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações]. Atualmente, os negócios são avaliados, em média, em até oito vezes [o Ebtida]", disse. "A margem de lucro também é atraente", afirmou.

Com sede em Dallas, nos Estados Unidos, a companhia decidiu fechar seu escritório em Miami para abrir em São Paulo. Segundo Aguiar, um time de fusões e aquisições está sendo criado para tocar os negócios no país. "Temos planos de abrir o capital quando atingirmos a marca de 300 mil estudantes na América Latina, mas faremos o IPO nos Estados Unidos", disse. Neste ano, o grupo prevê receita de US$ 244 milhões em 2011, um crescimento de 290%, se comparado a 2006, quando o grupo começou a fazer as aquisições.

(Mônica Scaramuzzo | Valor)

+ posts

Share this post