A Telecom Italia anunciou investimento de R$ 14 bilhões (4 bilhões de euros) no Brasil até 2017. A operadora tem o controle majoritário da TIM.
O plano estratégico de 2015 a 2017 prevê investimentos totais de 14,5 bilhões de euros, sendo 10 bilhões de euros destinados à Itália.
O grupo informou que o investimento no Brasil permitirá ampliar a cobertura 4G para mais de 15 mil locais e levar a cobertura 3G para mais de 14 mil locais até 2017. A empresa espera que o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) cresça continuamente nos três anos até 2017.
Já na Italia, a meta é chegar à estabilização do Ebitda em 2016 e ter avanço do indicador em 2017.
O plano prevê economizar 1 bilhão de euros com atividades de eficiência de custo em três anos. A alavancagem medida pela relação entre dívida financeira ajustada e Ebitda deve cair de três vezes em 2014 para 2,5 vezes em 2017.
Recursos
A operadora italiana pretende financiar os investimentos no Brasil com os recursos de torres já vendidas e a redução do pagamento de dividendos aos acionistas da TIM Participações, revelou nexta sexta-feira o presidente do grupo italiano, Marco Patuano.
Em teleconferência para discutir os números de 2014 e o plano de negócios para até 2017, o executivo reforçou que a grande maioria da alocação de recursos na unidade brasileira será destinada à banda larga móvel — como nas operações domésticas, onde o foco é a fibra e a rede de altíssima velocidade.
“O financiamento dos investimentos no Brasil virão das vendas de torres que realizamos e com a redução dos dividendos que pagamos anualmente para o mínimo exigido por lei [no Brasil, as companhias têm de distribuir pelo menos 25% do lucro anual]”, afirmou Patuano a investidores e analistas.
Durante a teleconferência, o presidente da Telecom Italia também aproveitou para lembrar que os investimentos da TIM devem subir cerca de R$ 2 bilhões acima do que já era previsto de crescimento. No total, o grupo italiano pretende gastar 14,5 bilhões de euros ao redor do mundo até 2017.
O presidente do conselho de administração da companhia, Giuseppe Recchi, aproveitou o evento para reclamar do aperto regulatório observado em algumas regiões recentemente. Ele lembrou dos casos dos Estados Unidos e da Espanha, que, com regras mais duras, forçaram as empresas a adiarem investimentos.
“Acreditamos que o governo italiano leva muito a sério o investimento em banda larga e deve nos ajudar ou pelo menos não nos limitar. Somos o principal parceiro do governo nesse sentido”, disse Giuseppe. “Tanto na Itália como no Brasil, queremos contribuir para a melhora do ambiente econômico.”
(Tatiane Bortolozi e Renato Rostás | Valor)