A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) prevê que sejam leiloados este ano 19,3 mil quilômetros de linhas de transmissão, com investimentos estimados de R$ 26,1 bilhões, afirmou nesta quinta-feira o presidente da estatal, Maurício Tolmasquim.
Entre os projetos que devem ir a leilão está o segundo bipolo (sistema de transmissão) de Belo Monte, que reforçará a estrutura de intercâmbio de energia entre as regiões Norte e Sudeste. Esse empreendimento envolve 2,5 mil quilômetros de linhas, com investimentos previstos de R$ 6,5 bilhões.
“O segundo bipolo vai permitir uma expansão da interligação Norte-Sul. É um caminho para escoar energia do Norte”, disse Tolmasquim, em evento sobre o setor elétrico, no Rio de Janeiro.
O executivo explicou ainda que devem ser leiloados novamente este ano os projetos de transmissão que foram licitados em 2014, mas que não atraíram o interesse dos investidores. Esses projetos somam 2,3 mil quilômetros de extensão, com investimentos estimados em R$ 3,5 bilhões.
Os demais empreendimentos previstos pela EPE para serem licitados, segundo Tolmasquim, são projetos cujos relatórios técnicos já foram encaminhados pela estatal para a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), responsável pela realização dos leilões. Entre esses projetos, está o sistema de transmissão para escoar a energia proveniente da expansão da hidrelétrica de Santo Antônio, no Rio Madeira (RO), de 3,2 mil quilômetros.
Energia eólica
No fim de 2015, a capacidade instalada de energia eólica no país deverá alcançar 8,115 mil megawatts (MW), praticamente o dobro do contabilizado no fim do ano passado, afirmou Tolmasquim.
“Em 2015, vamos dobrar a capacidade instalada de eólicas. E em 2016 vamos chegar a uma Belo Monte”, disse o executivo, em relação ao volume previsto de capacidade eólica para o próximo ano, de 11,4 mil MW – montante pouco superior à potência da hidrelétrica de Belo Monte, em construção no rio Xingu (PA), de 11.233 MW.
“A energia eólica está tendo uma evolução importante”, disse Tolmasquim. Segundo ele, a expectativa é que a energia eólica alcance uma capacidade instalada de 16,544 mil MW em 2019.
Racionamento
Tolmasquim reafirmou que a chance de haver racionamento de energia no Brasil neste ano é muito baixa.
“A probabilidade é baixa. Não é zero, mas é baixa. E março já está sendo um mês bom. A perspectiva para março e abril é boa. Isso dá ainda mais tranquilidade”, disse o presidente da EPE.
(Rodrigo Polito | Valor)