BR Partners compra franqueada do Burger King

Depois do sucesso da estreia das ações da franqueadora latino-americana do McDonald”s – a Arcos Dorados – na bolsa de Nova York, mais investidores mostram interesse por ativos de redes de lanchonetes. Ontem, o fundo de "private equity" da butique de serviços financeiros BR Partners anunciou o fechamento de um acordo para comprar o controle da BGK, maior franqueada do Burger King no Brasil, com 63 pontos de venda no Estado de São Paulo.

O Valor apurou que entre a compra de ações dos antigos sócios e o investimento que será feito na ampliação da rede serão desembolsados R$ 300 milhões. Parte do aporte vai para a abertura de 200 novos restaurantes em São Paulo nos próximos três anos.

"O ramo de fast-food em países emergentes está muito aquecido, o que motivou a aquisição", diz Ricardo Lacerda, fundador da BR Partners em 2009. O fundo de "private equity" BR Partners I pretende aplicar até R$ 300 milhões na compra de empresas dos setores de varejo e serviços e que tenham faturamento entre R$ 200 milhões e R$ 400 milhões por ano.

Com essa transação, chega ao fim uma disputa judicial travada desde 2008 entre 16 acionistas da BGK, incluindo o apresentador Galvão Bueno e o piloto de fórmula Indy Hélio Castro Neves. O grupo havia se dividido, alegando na Justiça falta de transparência nas informações fornecidas pelo gestor e maior acionista individual da empresa, o pecuarista Luiz Eduardo Batalha.

Agora, a família Batalha permanecerá na sociedade com a BR Partners, mas, para o negócio ser fechado, todos os processos judiciais precisam ser retirados, o que deve ocorrer até 30 de junho. Pessoas próximas à BGK afirmam que a BR Partners terá cerca de 70% da companhia, enquanto Batalha ficará com o restante das ações.

Com a entrada do fundo da BR Partners, a BGK passará a ter apenas ações ordinárias, com direito a voto. Também estão previstas mudanças na gestão. Batalha sairá da presidência da companhia, passando para o conselho de administração.

Lacerda, da BR Partners, conhece a operação da BGK há pelo menos três anos. Quando ainda chefiava o Citi no Brasil, o executivo foi chamado para encontrar uma solução para os problemas societários da rede de lanchonetes.

Segundo o Valor apurou, no ano passado, depois de o Burger King ter sido comprado pela 3G Capital, dos brasileiros Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, a BR Partners enxergou uma oportunidade de comprar a BGK. Neste momento, um plano de negócios para a expansão da BGK está sendo desenvolvido em parceria com a 3G Capital.

(Carolina Mandl | Valor)

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