Arezzo planeja crescer com bolsas e acessórios

Famosa por seus sapatos, a Arezzo & Co também quer ser conhecida por suas bolsas e acessórios. Esse segmento representa pouco mais de 15% do faturamento que somou R$ 862,6 milhões em 2011. "No ano passado, vendemos quase 500 mil bolsas e somos a marca líder no segmento, mas nem todos sabem disso", disse Anderson Birman, fundador e presidente da Arezzo & Co, dona das grifes Arezzo, Schutz, Ana Capri e Alexandre Birman.

O interesse em ampliar as vendas desses produtos não é à toa. O preço médio de uma bolsa da Arezzo é R$ 400, o equivalente ao dobro de um sapato da marca. Diante disso, a companhia está ampliando o tamanho de suas lojas em cerca de 40% para comportar um maior mix de produtos, em especial as bolsas. Hoje, as lojas têm média 57 m2 e há falta de espaço para abrigar todos os produtos.

A fim de mudar essa situação, no ano passado, a varejista abriu 38 novos pontos e reformou outras 17 unidades que agora têm em média 80 m2. A meta para este ano é inaugurar 58 lojas das marcas Arezzo, Schutz e Ana Capri. "Com uma ampliação de 50% da loja é possível dobrar as vendas ", enumerou Daniel Maia, executivo da área de Relações com Investidores da Arezzo.

Essa diversificação nos negócios é um caminho que a companhia encontrou para crescer tendo em vista a sua dificuldade para adquirir empresas concorrentes. A empresa fez seu IPO (oferta inicial de ações) há pouco mais de um ano levantando R$ 195 milhões na oferta primária (recursos que vão para o caixa da empresa), mas até o momento não conseguiu concluir nenhuma aquisição. Em junho do ano passado, a Arezzo quase comprou a Santa Lolla, mas a transação não vingou. "Temos habilidade para criar novos negócios, como nossas marcas, que são sucesso. Mas confesso que não tenho essa mesma habilidade para aquisições. Somos bem conservadores", disse Birman, que confessa também ser um "mineiro desconfiado". O fundador da grife nasceu em Manhuaçu, cidade da Zona da Mata de Minas Gerais.

Bom de prosa, como bom mineiro, Anderson faz questão de dizer que sua formação é sapateiro, que entende do traçado e que por isso não é qualquer empresa de calçados que interessa. "Precisa ser parecida com a nossa, com as mesmas políticas e práticas. Continuamos procurando uma empresa para comprar. Adoraria falar mais, mas depois que virei companhia aberta preciso me controlar", brincou Birman, que no dia da entrevista ao Valor havia acabado de retornar de Milão e Paris, onde foi assistir as Semanas de Moda. "Ah, não diz não que acabei de voltar de Paris. Parece meio esnobe…"
 
A estratégia de mudar a imagem de que a Arezzo & Co é uma empresa que vende somente sapatos segue caminhos já traçados por grifes internacionais como a italiana Salvatore Ferragamo, que começou com sapatos e hoje é conhecida como uma grife de moda, com vestuário, bolsas, perfumes e outros acessórios.

Hoje, a Arezzo imprime suas marcas em itens dos mais variados gêneros como esmaltes, bijuterias, óculos, entre outros. Porém, esses itens ainda têm pouquíssima representatividade no faturamento do grupo. O carro-chefe é a marca Arezzo, cujas vendas somaram R$ 566,8 milhões no ano passado. A companhia como um todo registrou receita bruta de R$ 862,6 milhões e 7,5 milhões de pares de sapatos vendidos.

Neste ano, a companhia está dando atenção especial à Schutz, marca voltada para um público mais jovem e cujo preço médio é R$ 285 – valor superior ao da Arezzo, que é de cerca de R$ 200. Atualmente, a grife tem 17 lojas, sendo que a maior parte é de unidades próprias. A ideia é crescer por meio de franquias como já acontece nas demais marcas. O grupo conta com 334 lojas, sendo que 289 são franquias.

(Beth Koike | Valor)
 

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