Aversão ao risco deixa fusões e aquisições em “estado de inércia”

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O aumento da aversão ao risco com a perspectiva de retirada dos estímulos à economia americana castigou o mercado de fusões e aquisições no segundo trimestre. O valor movimentado por essas operações em todo o mundo caiu 15% em relação ao ano passado, para US$ 480 bilhões, de acordo com levantamento realizado pela Merrill DataSite, empresa que desenvolve softwares de armazenamento de dados para processos de auditoria, em parceria com a consultoria Mergermarket.

O “estado de inércia” desse mercado foi ainda mais acentuado na América Latina, afirmam os pesquisadores no relatório. Fusões e aquisições movimentaram US$ 46,7 bilhões na região, queda de 58,2% sobre um ano antes.

No Brasil, que responde por 70% dos negócios fechados na América Latina, a desaceleração foi mais amena, de 8,7%, para US$ 13,7 bilhões. O desempenho foi garantido principalmente pela compra da Seara Alimentos, que pertencia a Marfrig, pela concorrente JBS, por US$ 2,76 bilhões.

Apesar disso, os autores do levantamento afirmam que as perspectivas fusões e aquisições na América Latina ainda são fracas. De acordo com os autores do levantamento, os protestos de rua que atingiram o Brasil nos últimos meses deixaram os investidores mais relutantes em investir no país.

“Os investidores devem ficar em modo de espera e esperar para ver como os eventos vão se desenrolar, o que pode reduzir drasticamente a atividade de fusões e aquisições no terceiro trimestre e atrasar acordos que já estão engatilhados”, ressaltam os analistas Ashley Klepach e Fabio Lopes em relatório.

( Natalia Viri | Valor)

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