Avianca-Taca planeja integrar operação na América Latina

A intenção de compra de 51 aeronaves da Airbus, anunciada no fim do mês passado pela Avianca-Taca, integra um plano de médio e longo prazo do grupo latino-americano, pois as entregas deverão ser concentradas entre 2014 e 2018. O objetivo é aumentar o número de voos nas localidades onde opera para fortalecer e integrar suas quatro bases na região: Bogotá (Colômbia), San Salvador (El Salvador), San José (Costa Rica) e Lima (Peru).

O memorando de entendimentos para o pedido firme de 51 aviões da família A320 (em média 180 lugares), sendo 33 do novo modelo neo (gasta menos combustível), equivale a um investimento de US$ 4,5 bilhões, considerando preços de lista. Esse valor é apenas uma referência, já que cada empresa aérea negocia os valores das aeronaves de acordo com a quantidade e com o tipo de leasing (se permite ou não a compra no final do prazo do contrato).

Membro do conselho de administração da Avianca-Taca, José Efromovich também preside a Avianca Brasil e diz que o financiamento para a compra dos aviões será obtido com agências de fomento na Europa, conhecidas como Export Credit Agency (ECA).

Essas instituições podem ser privadas, governamentais ou um misto das duas modalidades. Elas financiam exportações de empresas europeias. Neste caso, financiaria a venda de aeronaves da Airbus. "Como esses aviões integrarão a frota daqui cinco anos, eles também vão substituir as primeiras aeronaves, que chegaram cinco anos atrás", diz Efromovich, que não soube estimar a proporção de aviões que será usada para renovação e os que representarão um aumento líquido de frota.

A Avianca-Taca faz 256 voos diários para cerca de 100 destinos nas Américas mais Europa, com 128 aviões. Os dados são de 30 de setembro de 2010 e fazem parte de um prospecto enviado pela empresa à Bolsa de Valores de Bogotá. Há três meses, a companhia fez uma oferta pública inicial de ações (IPO) que levantou US$ 250 milhões, com a vende de 7% de seus papéis.

Na primeira divulgação de resultados após o IPO, a Avianca-Taca divulgou lucro líquido de US$ 25,5 milhões no primeiro trimestre de 2011, um crescimento de 16% diante dos US$ 21,9 milhões do mesmo período do ano passado, quando o faturamento ficou na casa dos US$ 3 bilhões.

O plano de expansão de 51 aviões da Avianca-Taca não incluem a Avianca Brasil. A Avianca Taca é controlada pelo grupo Synergy, do empresário German Efromovich, com 59,47% de suas ações. A Kingsland Holding Limited, de El Salvador e acionista da Taca, tem 28,56% do capital. Outros acionistas ficam com 11,97% restantes.

Embora a Avianca Brasil também seja de propriedade do Synergy, ela não faz parte do guarda-chuva da Avianca-Taca. A razão social da operação brasileira é Oceanair, que usa o nome Avianca por meio de um acordo de uso de direito da marca não onerosos, sem pagamento de royalties. Efromovich diz que a tendência é a de a Avianca Brasil integrar o grupo Avianca, mas ainda não há uma data definida para que isso aconteça.

Está sendo analisado um pedido adicional para 50 opções de compra de aeronaves, que também podem ser da Airbus, o que elevaria o investimento do grupo para US$ 7 bilhões. Está em estudo se parte dessa frota seria destinada para a Avianca Brasil, que tem uma encomenda de modelos A318, para 120 passageiros, que serão entregues até 2013.

(Alberto Komatsu | Valor)

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