BB ainda negocia com instituições dos EUA

A assessoria do Banco do Brasil (BB) não confirmou, e preferiu não comentar, a informação publicada ontem de que a instituição negocia com o britânico Royal Bank of Scotland (RBS) a compra de 20 agências do Citizens Bank na costa leste dos Estados Unidos. De acordo com as informações do BB, há várias negociações em andamento com instituições financeiras americanas, porque a estratégia de internacionalização do banco tem como objetivo estar onde estão brasileiros, latinos, empresas brasileiras e fluxo comercial forte, mas a identidade de instituições ainda não será confirmada.

Nesta estratégia, o BB negocia com instituições americanas, argentinas, chilenas, paraguaias, uruguaias, colombianas e peruanas. Os nomes dessas instituições, com exceção do banco argentino Patagônia, segundo o BB, não podem ser revelados.

Em junho de 2009, o BB obteve das autoridades americanas licença para abrir sua empresa de remessas de divisas, a BB Money Transfers. Mas a autorização para atuar como banco de varejo no mercado financeiro americano está demorando e, por esse motivo, há a alternativa de, principalmente, comprar bancos regionais com "boa estrutura e preço adequado" nas áreas onde há comunidades de brasileiros. Há aproximadamente 1,4 milhão de brasileiros vivendo nos Estados Unidos.

Em 17 de dezembro, o Valor publicou reportagem revelando que o BB negocia a compra de um banco estrangeiro para entrar no mercado de varejo dos Estados Unidos. O plano é adquirir apenas a infraestrutura física do banco, que tem 14 agências no mercado americano em locais com grande concentração de brasileiros e sofreu fortes perdas com crédito imobiliário durante a crise financeira internacional. A vantagem de comprar um banco já existente é que, dessa forma, o BB não precisaria da autorização do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, para entrar no maior mercado do mundo. O Fed só teria que aprovar a aquisição da instituição, um procedimento bem mais simples.

O presidente do BB, Aldemir Bendine, na ocasião, afirmou que não há interesse nos ativos desses bancos com os quais está negociando. Seria comprada apenas a infraestrutura dessas instituições. A crise financeira mundial que se iniciou em setembro de 2008 obrigou o Fed a concentrar esforços no saneamento dos bancos americanos, evitando novos concorrentes no mercado americano. A crise também forçou o BB a revisar seu plano de negócios. Se o pedido for aprovado, o banco abrirá seis agências em cinco Estados: Nova Jersey, Nova York, Flórida, Massachusetts e Connecticut.

(Arnaldo Galvão – Valor Econômico)

 

 

 

 

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