Computadores na nuvem aquecem vendas da Citrix

Três tendências mundiais do mercado de tecnologia da informação (TI) – a computação em nuvem, a virtualização e o uso de dispositivos particulares no ambiente de trabalho – ajudaram a companhia americana de software Citrix a fortalecer suas operações no Brasil. A empresa relatou um crescimento de 50% na receita da subsidiária brasileira. Para dar suporte a essa expansão, a unidade recebeu da matriz um investimento de R$ 12 milhões neste ano.

A Citrix é conhecida pela virtualização de computadores – a criação de máquinas virtuais dentro dos equipamentos físicos por meio de software. Nos últimos cinco anos, a adoção de máquinas virtuais foi mais evidente na área de servidores, segmento dominado pela americana VMware, com participação mundial próxima a 70%.

Nos últimos dois anos, a Citrix direcionou seu foco para a virtualização de desktops, que é a transformação dos computadores de mesa dos escritórios em máquinas virtuais. A base instalada de PCs no mundo supera 600 milhões de unidades, enquanto o volume de servidores gira em torno de 35 milhões. Com esse direcionamento, a empresa ampliou seu mercado potencial e, consequentemente, as vendas.

No mundo, a companhia apresentou crescimento de 17% em receita no primeiro semestre, alcançando US$ 1,02 bilhão. O lucro líquido aumentou 63% no período, para US$ 154,8 milhões. Para o ano, a empresa projeta expansão de 11% a 16%, com um faturamento entre US$ 2,1 bilhões e US$ 2,2 bilhões.

A Citrix não divulga receita por país. No Brasil, está presente há 11 anos e tem 3 mil clientes. Marcelo Landi, presidente da Citrix no país, diz que as vendas aumentaram 50% no primeiro semestre, com expectativa de que o ritmo se mantenha no ano. Os R$ 12 milhões destinados à subsidiária foram usados, entre outras coisas, na contratação de 12 pessoas, ampliando o time para 40 funcionários.

O principal fator que impulsionou o crescimento, diz Landi, foi a virtualização de desktops, lançada há dois anos no país. "Até então, a virtualização representava entre 5% e 10% da nossa receita no Brasil. Hoje, ela representa 80% do faturamento."

Há duas causas para o aumento da criação de máquinas virtuais, avalia Landi. Uma delas é o interesse das companhias em adotar a computação em nuvem – modelo pelo qual os softwares são acessados via internet e cobrados como serviço, sem pagamento de licença. Programas e arquivos, que antes ficavam instalados em computadores no escritório, agora ficam armazenados em um centro de dados e são acessados via internet.

O próximo passo foi levar também para a nuvem os computadores dos escritórios, o que permite a funcionários acessar remotamente de seus dispositivos particulares (como smartphones, tablets e notebooks) as mesmas informações de que dispõem no escritório. O uso de dispositivos pessoais no trabalho é conhecido como "consumerização". "Há um ano e meio atrás, essa era uma tendência que não havia chegado ao Brasil, mas o cenário mudou rapidamente", afirma Landi.

O executivo observa que tecnologias mais recentes aumentaram a segurança no tráfego de dados dos dispositivos privados para as redes dos escritórios e isso também favoreceu o uso dos equipamentos particulares no ambiente de trabalho.

(Cibelle Bouças | Valor)

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