Construção de estaleiro resgata o setor naval

A construção do Estaleiro Enseada do Paraguaçu (EPP), no município de Maragogipe, às margens do Rio Paraguaçu, se tornará um marco para a história da Bahia, que poderá ver o setor engrenar após décadas, e reconquistar o prestígio obtido ainda no período colonial. "O Estado foi o berço do processo de construção de plataformas no país", diz o secretário extraordinário da indústria naval e portuária, Carlos Costa. "Novas oportunidades serão criadas para a população, com um dos maiores investimentos estruturantes para a economia baiana dos últimos anos." Mais de R$ 2 bilhões serão investidos apenas no EPP, que criará cinco mil empregos diretos e dez mil indiretos. Há reflexos também nos recursos destinados para a saúde, a educação e o transporte.
 
Quando iniciar as operações, previstas para 2013, o empreendimento no Recôncavo Baiano será o segundo maior do Brasil, com capacidade para processar 70 mil toneladas por ano de aço, atrás apenas do Estaleiro Atlântico Sul, no Complexo Portuário e Industrial de Suape, em Pernambuco, cuja capacidade é de 160 mil toneladas por ano. As obras começaram em agosto e estão sob responsabilidade da empresa homônima formada pelo Grupo Odebrecht, UTC Engenharia e Construtora OAS. Por lá estão em construção as plataformas P-59 e P-60, para perfuração de águas rasas.
 
A escolha do local é estratégica. Espera-se que a movimentação consolide de uma vez por todas o parque naval, formado pelo canteiro de São Roque, uma área de 450 mil m2 já pronta para uso; e pelo futuro canteiro de módulos de Aratu, destinado à montagem de equipamentos para as plataformas, num espaço de 100 mil m2. "Entre as perspectivas de novas encomendas, está o processo de licitação para contratação de 21 sondas de perfuração marítima da Petrobras ", afirma o diretor da Odebrecht, Fernando Barbosa.
 
Não é de hoje que a Bahia tenta retomar a trajetória das décadas de 1970 e 1980, período no qual, além do estaleiro da Base Naval de Aratu, foram construídos cinco canteiros offshore: três em Aratu, um em São Joaquim e o maior deles em São Roque do Paraguaçu, de onde saíram várias plataformas de petróleo.

(Rachel Cardoso | Valor)

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